Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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O governo de Israel sinalizou nesta segunda-feira (26/05) que pretende anexar territórios da Cisjordânia, caso os governos do Reino Unido e da França tomem a decisão de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina.

A ameaça foi manifestada pelo ministro Ron Dermer, responsável pela pasta de Assuntos Estratégicos do governo israelense. Segundo ele, Tel Aviv irá tomar “medidas unilaterais”, como a anexação de terras ocupadas por colonos israelenses na chamada Área C da Cisjordânia, “para proteger os direitos dos nossos cidadãos”.

A Área C corresponde ao maior dos três setores administrativos em que o território foi dividido após os Acordos de Oslo – os quais foram assinados em 1993 como temporários, mas que nunca foram implementados.

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Segundo o relato de Dermer, Israel considera que os Acordos de Oslo definiam que a Área C deveria ser ocupada por Israel, enquanto a Área A seria administrada exclusivamente pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), e a Área B teria controle administrativo palestino, mas controle militar israelense.

De acordo com o diário israelense Haaretz, Dermer também fez duras críticas às autoridades francesas e britânicas, por seu envolvimento na organização da Cúpula de Nova York, evento programado para o dia 18 de junho, que será copresidida pela França e pela Arábia Saudita, mas que contará com as representações de diversos outros países.

A principal pauta do encontro em Nova York, que será patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) – e que ocorrerá justamente na sede da organização multilateral – será o possível lançamento de uma campanha mundial para o reconhecimento do Estado da Palestina.

Ministro Ron Dermer fez alusão aos Acordos de Oslo para explicar a ameaça israelense de anexar territórios da Cisjordânia
Governo de Israel

Também em entrevista ao Haaretz, o chanceler israelense Gideon Sa’ar, disse que tem buscado dialogar com seus homólogos Jean-Noël Barrot (França) e David Lammy (Reino Unido), para “advertir sobre o quanto essa decisão (o reconhecimento do Estado palestino) colocaria em risco a segurança de Israel”.

Europa prepara reconhecimento da Palestina

Em coletiva realizada em abril, o chanceler britânico disse que Paris e Londres vêm articulando um possível acordo para o reconhecimento do Estado palestino. As negociações se incrementaram a partir de maio, quando o presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, passou a formar parte da iniciativa.

Nesta mesma segunda-feira, Costa publicou uma mensagem dizendo que a União Europeia apoia firmemente uma solução baseada na existência de dois Estados, da Palestina e de Israel, e acrescentou que seu comunicado foi escrito após uma conversa por telefone com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

Além disso, Costa acrescentou que a União Europeia enviará um representante do bloco para a Cúpula de Nova York.

 

Com informações de Haaretz.