Quarta-feira, 26 de março de 2025
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O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, anunciou neste domingo (09/03) ter ordenado a Israel Electric Corporation (Companhia Elétrica de Israel, na tradução em português) a interrupção “imediata” do fornecimento de eletricidade para a Faixa de Gaza.  A autoridade confirmou que assinou a medida por meio de publicação na plataforma X. 

O jornal The Times of Israel considerou a decisão de Tel Aviv como “uma aparente tentativa de aumentar a pressão sobre o enclave, onde 59 reféns sequestrados de Israel ainda são mantidos”. 

Atualmente, a única linha de eletricidade entre Israel e Gaza abastece a principal usina de dessalinização de água do território palestino, que atende a mais de 600 mil pessoas.

A medida foi tomada uma semana depois que o governo de Tel Aviv suspendeu todo o fornecimento de mercadorias para os mais de dois milhões de palestinos que residem no enclave, devido ao que chamou de “recusa do Hamas em aceitar uma proposta para estender o estágio inicial do cessar-fogo”, ameaçando “consequências adicionais” e uma retomada da guerra.

A decisão deste domingo também já havia sido antecipada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na semana passada, quando alertou que estava preparado para aumentar a pressão e não descartava cortar toda a eletricidade para Gaza se o Hamas não aceitasse as exigências israelenses nas negociações do acordo de cessar-fogo.

RS/Fotos Públicas
O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, anunciou neste domingo (09/03) ter ordenado a interrupção “imediata” do fornecimento de eletricidade para a Faixa de Gaza

Entretanto, persistem as divergências entre o regime sionista e o grupo palestino. O Hamas continua se opondo à extensão da primeira etapa da tratativa e insiste em prosseguir para a segunda fase, conforme originalmente combinado. O segundo estágio inclui a retirada completa das forças israelenses do enclave, o fim do bloqueio humanitário e apoio financeiro para a reconstrução do território palestino com base no plano elaborado na cúpula árabe nesta semana.

No sábado (08/03), o Hamas indicou “sinais positivos” para iniciar as negociações referentes à segunda fase do acordo após uma reunião de alto nível com mediadores em Cairo, no Egito.

“Os sinais são positivos para o início das negociações sobre a segunda fase da trégua”, confirmou Abdel Latif al-Qanoua, em comunicado, enfatizando ainda “a necessidade de forçar os mediadores de Israel a implementar o acordo” já que o grupo está “pronto para iniciar a segunda fase (da trégua) de uma forma que atenda às demandas do povo palestino”.