O Exército de Israel bombardeou nesta terça-feira (16/07) mais uma escola gerida pela Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, por sua sigla em inglês) no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, e matou ao menos 23 pessoas abrigadas no local, enquanto outras 73 ficaram feridas.
A emissora catari Al Jazeera informou que a escola de ensino secundário Al-Razi está situada no “coração do campo”, uma área movimentada, e o bombardeio ocorreu em “horário de pico”, quando as ruas ao redor do prédio estavam concentradas de pessoas.
O veículo ainda relatou o cenário de “caos” no Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do enclave, após a chegada de um grande número de civis gravemente feridos em decorrência do ataque israelense.
“Encontramos crianças decapitadas e pessoas transformadas em cadáveres, além de partes de corpos dentro da escola. Não consigo descrever a cena de horror do atentado”, contou uma testemunha à Al Jazeera.
Por outro lado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) alegaram ter atingido “terroristas” do Hamas que supostamente estariam operando dentro da instalação. Os militares acusaram que os membros do grupo palestino planejavam ataques contra seu exército em Gaza.
Segundo as forças israelenses, o bombardeio foi articulado pela inteligência das IDF, pelo comando sul e pela Shin Bet (Agência de Segurança de Israel) e que, antes da ofensiva, haviam estudado medidas para reduzir os danos causados aos civis.
70% das instalações administradas pela Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) estão destruídas em decorrência dos ataques israelenses, desde a intensificação das operações militares na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023
70% das escolas da UNRWA foram destruídas
A UNRWA divulgou nesta terça-feira que 70% das escolas administradas pelo órgão foram bombardeadas desde a intensificação das operações militares de Israel na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.
“Mais de 95% dessas escolas estavam sendo usadas como abrigos quando foram atingidas. 539 pessoas abrigadas em instalações da UNRWA foram mortas”, disse o organismo, na plataforma X. “Nenhum lugar é seguro. O flagrante desrespeito às instalações da ONU e ao direito humanitário deve parar.”
Nearly 70% of @UNRWA schools in #Gaza have been hit since the war began.
Over 95% of these schools were used as shelters when hit. 539 people sheltering in UNRWA facilities have been killed.
Nowhere is safe. The blatant disregard for @UN premises and humanitarian law must stop. pic.twitter.com/EKiSiOm2kc
— UNRWA (@UNRWA) July 16, 2024
