As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram ter assassinado o comandante sênior do Hezbollah, Ibrahim Aqil, pertencente ao Conselho da Jihad, o órgão militar mais alto do grupo, em um ataque aéreo “direcionado” à periferia de Beirute, no Líbano, nesta sexta-feira (20/09).
O jornal The Times of Israel informou que a ofensiva foi lançada quando Aqil estava em reunião junto com membros da unidade de elite Radwan do Hezbollah. Segundo o porta-voz do exército israelense em árabe, Avichai Adraee, outros comandantes do grupo também foram mortos no ataque.
“Aqil e os comandantes que foram eliminados estavam entre os arquitetos do ‘plano para a ocupação da Galileia’, no qual o Hezbollah planejava invadir o território israelense, ocupar as comunidades da Galileia, assassinar e matar inocentes, semelhante ao que a organização terrorista Hamas realizou no massacre assassino de 7 de outubro”, alegaram as IDF, em comunicado.
Considerada a maior ofensiva à região desde 7 de outubro de 2023, o Ministério da Saúde do Líbano contabilizou que, até o momento, o bombardeio matou ao menos 12 pessoas e deixou outras 66 feridas. Diversos prédios residenciais também foram destruídos. A Defesa Civil local afirmou que as equipes de resgate seguem realizando buscas de vítimas civis soterradas sob os escombros.
Em rede social, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, retomou o “direito de autodefesa” para justificar o ataque, garantindo que continuará “perseguindo” o “inimigo” em prol da “proteção” dos cidadãos israelenses.
“A sequência de ações na nova fase continuará até que nosso objetivo seja alcançado: o retorno seguro dos moradores do norte às suas casas”, escreveu.
Já o grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, classificou os ataques israelenses como uma “agressão terrorista hedionda”, e que se trata de uma “escalada de crimes” no Líbano.
Este é o terceiro ataque israelense ao reduto do Hezbollah na periferia sul da capital libanesa. Os anteriores mataram Fuad Shukr, em 30 de julho, e o vice-líder do Hamas, Saleh al-Aruri, em 2 de janeiro.
Vale lembrar que, entre terça (17/09) e quarta-feira (18/09) desta semana, Israel foi acusado de articular a explosão de pagers e walkie-talkies usados pela população civil e membros do Hezbollah, resultando em 37 mortes e cerca de 3 mil feridos em todo o Líbano.
Quem é Ibrahim Aqil
Ibrahim Aqil, também conhecido como Tahsin, tem sido um importante agente do Hezbollah desde a fundação do grupo, perto do início da década de 80.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, “o número dois do Hezbollah” tem preservado uma “figura sombria”, sem realizar aparições ou proferir declarações públicas.
No ano passado, os Estados Unidos emitiram uma recompensa de US$ 7 milhões por informações que permitissem identificar o paradeiro de Aqil, uma vez que Washington o acusou de estar envolvido em um atentado suicida contra o quartel dos fuzileiros navais norte-americano em Beirute, em 1983. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o incidente teria resultado na morte de 241 norte-americanos durante a Guerra Civil Libanesa.
Embora o grupo libanês não divulgue a patente de seus membros, os militares israelenses alegam que Aqil era o chefe da Unidade Radwan, a força de elite do Hezbollah.