Israel designa ‘zonas de combate perigosas’ e ordena evacuação a áreas fronteiriças
Porta-voz das IDF adverte palestinos a se deslocarem para abrigos no oeste da Cidade de Gaza e em Khan Younis; segundo imprensa local, alerta sugere que tropas israelenses podem expandir ofensiva
Horas após realizar um ataque massivo que deixou centenas de mortes na Faixa de Gaza, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) ordenaram aos palestinos que residem no enclave para que evacuem às áreas fronteiriças. De acordo com o jornal The Times of Israel, os avisos emitidos nesta terça-feira (18/03) sugerem que as tropas israelenses podem “expandir a ofensiva” nas próximas horas.
O porta-voz das IDF, coronel Avichay Adraee, publicou pela plataforma X um mapa indicando “zonas de combate perigosas”, das quais os moradores do enclave devem fugir. Pela imagem, incluem-se as cidades palestinas de Beit Hanoun, Khirbet Khuza’a e os subúrbios de Abasan al-Kabira e Abasan al-Jadida.
#عاجل ‼️ تحذير إلى جميع سكان قطاع غزة المتواجدين في المنطقة المحددة بالأحمر وتحديدًا في أحياء بيت حانون، خربة خزاعة، عبسان الكبيرة والجديدة
⭕️بدأ جيش الدفاع الإسرائيلي هجومًا قوياً ضد المنظمات الإرهابية. هذه المناطق المحددة تعتبر مناطق قتال خطيرة!
⭕️من أجل أمنكم عليكم الإخلاء… pic.twitter.com/N5Hug8TpXw
— افيخاي ادرعي (@AvichayAdraee) March 18, 2025
“Essas áreas designadas são consideradas zonas de combate perigosas. Para a sua segurança, você deve evacuar imediatamente para abrigos localizados no oeste da Cidade de Gaza e em Khan Younis”, diz a postagem, advertindo que permanecer nas áreas marcadas em vermelho “põe a sua e a vida de seus familiares em risco”.

As forças israelenses retomaram suas operações militares em Gaza nesta terça-feira (18/03), com ataques aéreos e de artilharia que deixaram ao menos 400 pessoas mortas
Violação do acordo de cessar-fogo
Nas primeiras horas do dia, as forças israelenses retomaram suas operações militares em Gaza, com ataques aéreos e de artilharia que deixaram ao menos 400 pessoas mortas. Os bombardeios se concentraram nas regiões de Deir al-Balah, Cidade de Gaza, Jan Yunis e Rafah, além de atingir a “zona humanitária” de Al-Mawasi.
Logo após os ataques, o Ministério da Saúde palestino relatou que a maioria das vítimas fatais era composta de mulheres e crianças, enquanto várias vítimas permaneciam sob os escombros, indicando um número superior de fatalidades.
A ação de Israel foi condenada pelo Hamas, que classificou como uma “agressão traiçoeira” do “criminoso [primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu e a ocupação sionista nazista”.
Por meio de comunicado, o grupo palestino apelou para que os mediadores do acordo de cessar-fogo responsabilizem Netanyahu por violar e anular a tratativa. Além disso, solicitou a convocação de uma reunião emergencial do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que seja adotada uma resolução que impeça a continuidade das hostilidades de Israel em Gaza.
Em conformidade com o Hamas, o movimento libanês Hezbollah também realizou um apelo à comunidade internacional para que sejam tomadas “medidas urgentes” contra o “crime contínuo” de Israel e para conter a “barbárie sionista-americana”.
