Israel intensifica ataque contra palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia
Colonos armados atearam fogo e dispararam granadas de gás lacrimogêneo nos bairros residenciais
Tropas israelenses entraram em vários setores da cidade ocupada de Jerusalém no domingo (15/06). A ação fez parte de uma ofensiva em andamento contra a população palestina em várias áreas da Cisjordânia.
No bairro de Wadi al-Joz, forças sionistas confrontaram jovens palestinos após disparar granadas de gás lacrimogêneo durante um ataque. Eles também realizaram uma represália em Al-Issawiya, localizado a nordeste da cidade, e em Jabal Mukaber, intensificando a repressão por meio de gás lacrimogêneo e ameaças.
As autoridades israelenses ainda mantiveram a Mesquita de Al-Aqsa fechada pelo terceiro dia consecutivo. Alegando tensões na região, eles obstruíram o acesso dos fiéis ao templo sagrado e provocaram indignação entre a população muçulmana da área.
Enquanto isso, no norte da Cisjordânia, colonos apoiadores do governo de Benjamin Netanyahu atearam fogo em terras agrícolas na vila de Turmus Ayya, perto de Ramallah. A medida faz parte de uma política sistemática que busca realocar famílias palestinas e tomar suas terras.
Os ataques estão aumentando em intensidade e agressividade, apoiados pela presença militar de Israel na região. Outra retaliação dos sionistas foi contra casas e empresas palestinas na região de Huwara, sudeste de Nablus.

Colonos israelenses atacam bairros de famílias palestinas na Cisjordânia e Jerusalém
X/UNRWA
Na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, tratores militares de Israel continuaram o trabalho de demolição na parte sul do campo de refugiados, devastando casas e prédios civis.
Sem nenhum aviso prévio, as escaladas de tensões em Jerusalém e na Cisjordânia demonstram um padrão agressivo sionista contra as famílias residentes palestinas, que estão sem opções disponíveis para morar, devido a ocupação.
“Estado judaico”
No final de maio, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz declarou que seu governo construirá um “Estado judaico” na Cisjordânia ocupada. A declaração foi dada em resposta a um discurso proferido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, horas antes, que defendeu que o reconhecimento de um Estado palestino “não é simplesmente um dever moral, mas uma exigência política e realista”, além de exigir os países europeus a adotarem uma postura mais rígida contra Israel.
Na época, o líder israelense visava Sa-Nur, um posto avançado ilegal no norte da Cisjordânia que Tel Aviv designou como um assentamento para colonos. Katz afirmou que o “Estado de Israel vai prosperar e florescer”, ignorando as possíveis consequências internacionais.
Em contrapartida, em julho de 2024, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), sediada em Haia, exigiu a evacuação de todos os assentamentos existentes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. O conselho também declarou ser ilegal a ocupação israelense em terras palestinas, que acontece há décadas.