Israel lançou um ataque militar em larga escala no norte da Cisjordânia ocupada no domingo (02/02). A operação começou antes do amanhecer bombardeando a vila de Tammoun e depois se estendeu para outras quatro vilas. Ao menos quatro palestinos morreram, incluindo um adolescente, segundo autoridades de saúde palestinas.
Ao mesmo tempo, o governo de Israel confirmou que as negociações indiretas com o Hamas sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza serão retomadas nesta segunda-feira (03/01). Na terça (04/02), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se reunirá com o presidente norte-americano Donald Trump. Ele será o primeiro chefe de Estado recebido por Trump depois da sua posse.
No meio da tarde, a cidade e o campo de refugiados de Jenin tiveram 23 prédios destruídos por uma onda de explosões, segundo um porta-voz do exército israelense. A operação também deslocou à força cerca de 15 mil palestinos de Jenin.
A ofensiva militar israelense na Cisjordânia se intensificou logo depois do cessar-fogo em Gaza. O exército israelense anunciou que havia matado mais de 50 “terroristas” e detido mais de 100 desde dia 21 de janeiro, quando teve início a chamada operação ’Muro de Ferro’ na Cisjordânia. O objetivo declarado militantes do Hamas e da Jihad Islâmica.
Hospital danificado
Mas, tal como aconteceu em Gaza, a infraestrutura médica da Cisjordânia também foi atingida. O diretor do Hospital Público de Jenin, Wisam Baker, disse que algumas seções do hospital foram danificadas com as explosões.
As Forças de Defesa Israelenses (FDI) destruíram vários prédios no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia neste domingo (02/02) depois de matarem um homem de 73 anos, segundo informou o Ministério da Saúde palestino.

Áreas devastadas pelos bombardeios israelenses
Ahmed Tobasi, morador do campo de Jenin, disse que as casas ali não são mais habitáveis. “Não se trata de terrorismo, são residências de pessoas normais. E quando você fala de uma casa, não se trata de uma família, porque ali há de três a quatro famílias vivendo em cada casa”, disse à reportagem da Al Jazeera.
“O exército israelense montou vários bloqueios nas estradas e outros postos de controle na Cisjordânia ocupada e houve ao menos 27 palestinos mortos”, disse Hamdah Salhut, da Al Jazeera. Segundo ele, muitos são civis, incluindo uma menina de dois anos que levou um tiro na cabeça enquanto jantava em casa com a família. As FDA assumiram a morte da criança e disseram que vão investigar. As paredes casa tinham mais de 20 marcas de balas segundo o jornal israelense Haaretz.
Colonos invadem cemitério e queimam mesquita
Na Jerusalém Oriental, ocupada pelas FDI, os colonos invadiram o cemitério da cidade de Silwan, na Cidade Velha, e tomaram o controle da área. Na aldeia beduína de Arab al-Mleihat, a noroeste de Jericó, os colonos incendiaram a mesquita local.
A violência de colonos e soldados israelenses contra na Cisjordânia ocupada aumentou desde que começou a guerra em Gaza em outubro de 2023. Os assentamentos ilegais continuam se expandindo na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental com apoio do governo israelense.
Na Faixa de Gaza, à despeito do cessar-fogo, um ataque aéreo israelense sobre um veículo na estrada costeira feriu quatro pessoas. O exército israelense disse que era um veículo suspeito que estava indo para o norte fora da rota estabelecida pelo acordo de cessar-fogo
A violência também cresceu nas áreas árabes dentro do Estado de Israel. Só nos 34 dias de 2025, foram 26 mortes, com taxas de homicídios sem precedentes, segundo o jornal The Times of Israel. A onda de violência motivou uma operação policial na principal cidade árabe israelense de Umm al-Fahm, muito criticada pela população local.