Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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A Faixa de Gaza foi alvo de intensos bombardeios israelenses nas últimas 24 horas. Aviões de guerra atingiram pontos de distribuição de ajuda humanitária (apoiados por EUA e Israel), uma escola, uma cafeteria e o pátio de um hospital, resultando em pelo menos 95 mortes de civis, segundo fontes locais.

O hospital Al-Ahli informou à emissora Al Jazeera que um palestino foi morto por um drone israelense no bairro de Zeitoun. Além disso, o mesmo hospital registrou 31 civis mortos no ataque desta terça-feira (01/07).

Na segunda-feira (30/06), o jornalista Ismail Abu Hatab e várias mulheres e crianças foram mortos em um ataque ao café Al-Baqa, no norte da Cidade de Gaza, durante uma celebração de aniversário infantil. “Encontramos pessoas dilaceradas”, relatou Yahya Sharif, de acordo com a agência iraniana Tasnim News. “Este lugar não tinha nenhum vínculo político ou militar”, acrescentou.

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“Fomos decepcionados pelo mundo inteiro por mais de 630 dias” relatou Hamada Abu Jaradeh, que fugiu antes do bombardeio na escola que era utilizada para abrigar palestinos deslocados. Ele afirmou que os moradores tiveram cinco minutos para evacuar. “A morte está conosco e nos cerca todos os dias.”

Um alto funcionário do Hamas disse à Al Jazeera: “estamos determinados a buscar um cessar-fogo que salvará nosso povo” e acusou Israel de “sabotar as negociações”. O Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza condenou o ataque como um “crime sistemático” que visa aniquilar o sistema de saúde do enclave. 

Gaza vive dia de sangue: 95 mortos em 24h, incluindo crianças em festa de aniversário. ‘O mundo nos abandonou’, diz sobrevivente

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Tasnim News Agency

As Nações Unidas disseram que mais de 80% de Gaza está sob ocupação militar ou ameaças de evacuação. A guerra de Israel em Gaza matou pelo menos 56.531 pessoas e feriu 133.642, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Estima-se que 1.139 pessoas foram mortas em Israel durante os ataques de 7 de outubro e mais de 200 foram feitas reféns.

Mais de 220 jornalistas foram mortos desde outubro de 2023

O Escritório de Informações do Governo de Gaza confirmou a morte do repórter Ismail Abu Hatab, elevando para 228 o número de jornalistas palestinos mortos desde o início da guerra.

Abu Hatab, que colaborava com diversos veículos e documentava a crise humanitária em exposições internacionais, denunciava os assassinatos de colegas pelas forças israelenses. Ele responsabilizou Israel, EUA, Reino Unido, Alemanha e França pelo que chamou de “genocídio contra a Palestina”.

Em apelos à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e à União de Jornalistas Árabes, Abu Hatab pedia ações globais para documentar crimes em Gaza e combater assassinatos, prisões e desaparecimentos forçados de profissionais da imprensa.