Israel já matou mais de 90 mil palestinos em Gaza, revela estudo
Pesquisa de Mortalidade em Gaza aponta que vítimas do genocídio podem ser quase o dobro do registro oficial, contabilizado pelo Ministério da Saúde
Uma pesquisa conjunta entre diversas universidades, acadêmicos e centros de pesquisa do mundo revelou que o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza já matou pelo menos 91.500 palestinos.
O número do estudo denominado “Número de mortes violentas e não violentas na Guerra de Gaza: novas evidências primárias” é ainda maior do que os números divulgados pelo Ministério da Saúde do enclave palestino, de pelo menos 56 mil mortes.
3. First, our violent death estimate is 75,200 (95% CI 63,600 to 86,800). The comparable figure for the Gaza Ministry of Health (GMoH) is 45,650, roughly 39% below our central estimate of 75,200 and 28% below the lower bound of our 95% confidence interval of 63,600.
— Michael Spagat (@Michael_Spagat) June 24, 2025
A pesquisa liderada pelo especialista em mortalidade em conflitos violentos Michael Spagat, da universidade inglesa Royal Holloway utilizou uma metodologia de inquérito domiciliar em larga escala, intitulado de Gaza Mortality Survey (Pesquisa de Mortalidade em Gaza, em tradução).
Com a colaboração do cientista político Khalil Shikaki por meio da Centro Palestino de Pesquisas de Políticas e Pesquisas de Opinião, o estudo entrevistou dois mil domicílios palestinos entre 30 de dezembro de 2024 a 5 de janeiro de 2025.

Pesquisa estima que 56,2% das mortes violentas a partir de 7 de outubro de 2023 foram de mulheres, crianças ou idosos
IRNA/Fotos Públicas
Além do número total de mortes, a pesquisa também revela a estimativa de que pelo menos 75.200 palestinos foram vítimas de morte violenta, 39% a mais do que as estimativas oficiais, de 45.650.
Dentro deste total, a pesquisa estima que 56,2% das mortes violentas a partir de 7 de outubro de 2023 foram de mulheres, crianças ou idosos, uma estatística próxima às oficiais.
“A proporção de mortes composta por mulheres, crianças e idosos corrobora a percepção geral de que os não combatentes são vítimas frequentes do conflito”, pontua o estudo.
Outros 16.300 palestinos morreram de forma considerada não violenta, de acordo com o estudo. Apesar de não oferecer uma definição clara do que se enquadraria nessa categoria, outro dado pode auxiliar na compreensão deste.
O artigo releva a primeira estimativa de mortes não violentas em excesso, ou seja, acima do número de mortes previstas sem a guerra. Assim, Israel assassinou 8.540 palestinos de formas não violentas que não deveriam ter morrido em situações fora do genocídio.