Israel mata dezenas em Gaza enquanto Trump alega avanço em negociações de paz
À agência Walla, alto funcionário israelense negou que Tel Aviv e Hamas tenham mudado posição sobre pontos de discórdia no acordo de trégua
Ataques israelenses mataram pelo menos 62 pessoas em Gaza nas últimas 24 horas deste sábado (28/06), de acordo com as autoridades sanitárias do enclave. A ofensiva do regime sionista ocorre enquanto Catar, Egito e Estados Unidos, países mediadores do conflito, falam de possível retomada nas negociações por um acordo de paz na região palestina.
Os bombardeios começaram na noite anterior em diversas áreas do enclave, incluindo em regiões próximas ao Estádio Palestino, na Cidade de Gaza, onde foi registrada uma dúzia de mortes. Já no campo de refugiados de al-Mawasi, no sul do enclave, uma família deslocada que dormia em uma barraca foi atingida por um ataque aéreo israelense.
Em meio à violência, o governo norte-americano indicou um possível avanço nas negociações por um cessar-fogo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira (27/06) que na “próxima semana vamos conseguir um cessar-fogo” entre Israel e Hamas.
Já o jornal britânico The Guardian apontou para a expectativa de o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, visitar Washington na semana seguinte para prosseguir conversações a respeito de um possível cessar-fogo, entre outros tópicos.

Ataques israelenses mataram pelo menos 62 pessoas em Gaza nas últimas 24 horas deste sábado (28/06)
X/Israel Defense Forces
À agência AFP, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, afirmou que o recente cessar-fogo entre Israel e Irã abre uma “janela de oportunidade” para a retomada de negociações de paz em Gaza.
“Se não aproveitarmos esta janela de oportunidade e impulso, será apenas mais uma chance perdida em um futuro próximo. Não queremos que isso aconteça novamente”, disse o porta-voz, que também é conselheiro do primeiro-ministro catari.
Entretanto, ao site de notícias Walla, um alto funcionário israelense negou que tenha havido qualquer avanço nas negociações entre Israel e o Hamas, o que contradiz o otimismo apresentado pelo presidente Trump. O funcionário foi mencionado dizendo que não houve mudança significativa nas posições dos dois lados da guerra em relação aos pontos de discórdia, incluindo a demanda do grupo palestino por garantias de que a guerra termine integralmente.
Dados das autoridades de saúde locais indicam que o número de mortos desde o início do genocídio, em 7 de outubro de 2023, ultrapassa 56 mil pessoas, sendo metade desse total composto por mulheres e crianças.
Os combates em Gaza foram interrompidos em janeiro devido a um cessar-fogo alcançado entre Tel Aviv e Hamas, mas retornaram em março quando o regime sionista violou o acordo antes de seu avanço para a segunda fase, que poderia estabelecer uma trégua mais duradoura. Desde o colapso desse cessar-fogo, mais de 6 mil pessoas morreram em Gaza.