A cada dois dias, uma criança palestina é morta na Cisjordânia em decorrência das operações militares de Israel, conforme o novo relatório divulgado nesta segunda-feira (09/09) pela organização não governamental Defence for Children International – Palestine (DCIP). De acordo com o balanço realizado pela entidade entre 7 de outubro de 2023 e 31 de julho de 2024, pelo menos 141 menores morreram na região durante o período.
“As forças israelenses estão matando crianças palestinas com brutalidade e crueldade calculadas em todo o território palestino ocupado”, denunciou Khaled Quzmar, diretor-geral da DCIP. “A comunidade internacional deve agir com urgência para decretar um embargo de armas e sanções para proteger a vida das crianças palestinas.”
Baseado em depoimentos de testemunhas oculares, boletins médicos e imagens de circuito, o documento revela que a maioria das vítimas foi baleada na cabeça ou no torso com “munição real”, ou atingida por “ataques aéreos”. Acrescenta ainda que 18 das crianças assassinadas foram baleadas nas costas, o que indica que não estavam representando nenhum tipo de ameaça a seus agressores.
Em 43% dos casos contidos no relatório, as forças israelenses impediram deliberadamente que as vítimas feridas recebessem tratamentos ou cuidados médicos. Algumas das vezes, até mesmo impedindo ou disparando contra ambulâncias, paramédicos e civis que tentavam fornecer auxílio.
“Quando um soldado israelense tem como alvo uma criança palestina, ou um oficial militar israelense ordena que uma criança seja alvejada, eles estão violando os direitos humanos internacionais, o direito humanitário e o direito penal”, disse Ayed Abu Eqtaish, diretor do programa de prestação de contas da DCIP.
Segundo Eqtaish, o relatório indica que as autoridades israelenses, que têm a capacidade de responsabilizar suas tropas e oficiais militares, não estão dispostas a tomar medidas para impedir o massacre de crianças palestinas.
“Nem uma única pessoa foi responsabilizada pelo assassinato dessas crianças, encorajando as forças israelenses a continuar matando impunemente”, afirmou.