‘Israel nega direito dos palestinos ao rejeitar criação de Estado’, diz governo Lula
Segundo Itamatary, decisão do Parlamento israelense contraria esforços da comunidade internacional
O governo do Brasil repudiou nesta sexta-feira (19/07) a resolução aprovada no Parlamento israelense do Knesset que “rejeita completamente” o estabelecimento de um Estado palestino. O projeto copatrocinado pela coalizão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, junto com partidos de direita da oposição, foi apoiado no dia anterior por uma “maioria esmagadora”.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que “tomou conhecimento com grave consternação”, uma vez que a decisão israelense contraria os esforços da comunidade internacional que buscam assegurar o direito do povo palestino à autodeterminação.
O Itamaraty também lembra que mais de 140 países, incluindo o Brasil, estão em consonância com o direito internacional e reconhecem o Estado da Palestina.
“Ressalta, nesse contexto, que o ingresso da Palestina, como membro pleno, nas Nações Unidas, recebeu o apoio, em maio passado, de mais de dois terços dos Estados Membros da Organização”, afirma a nota.
O governo brasileiro ainda condena a “nova incursão do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir” na data referente a 18 de julho, na Esplanada das Mesquitas (“Haram-El-Sharif”), reafirmando a necessidade de “estrito respeito ao ‘status quo’ histórico dos locais sagrados em Jerusalém”.
Por fim, o Itamaraty reitera que o Brasil defende a solução de dois Estados como forma de alcançar a paz na região, incluindo o estabelecimento de um Estado palestino independente, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, e tendo Jerusalém Oriental como sua capital.

Twitter/State of Palestine
O Parlamento israelense do Knesset aprovou uma resolução que “rejeita completamente” o estabelecimento do Estado da Palestina e a solução de dois Estados
Leia a nota na íntegra:
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com grave consternação, da resolução do Parlamento israelense aprovada anteontem, dia 17, que se opõe ao ‘estabelecimento de um Estado palestino’. Essa medida é contrária a todos os esforços da ampla maioria da comunidade internacional para assegurar o direito do povo palestino à autodeterminação.
Ao saudar os mais de 140 países que, em consonância com o Direito Internacional, reconhecem — incluindo, desde 2010, o Brasil — o Estado da Palestina, o governo brasileiro exorta os países que ainda não o fizeram a igualmente avançar nessa direção. Ressalta, nesse contexto, que o ingresso da Palestina, como membro pleno, nas Nações Unidas, recebeu o apoio, em maio passado, de mais de dois terços dos Estados Membros da Organização.
O governo brasileiro condena, ainda, nova incursão do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, realizada ontem, dia 18, na Esplanada das Mesquitas (‘Haram-El-Sharif’). Ao reafirmar a necessidade de estrito respeito ao “status quo” histórico dos locais sagrados em Jerusalém, o Brasil lamenta que atos provocativos continuem minando as perspectivas de alcançar paz na região.
O Brasil reitera seu histórico compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.”