A ONU solicita uma reação à ocupação israelense dos territórios palestinos. Na segunda-feira (09/09), o Comissário para os Direitos Humanos convocou a comunidade internacional a tomar medidas contra esse“ flagrante desrespeito” ao direito internacional.
Na mesma ocasião, o Representante Especial da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos expressou séria preocupação com os casos de estupro e violência sexual cometidos contra prisioneiros palestinos.
A lista de abusos está espalhada em vários relatórios, mas é tão longa que Pramila Patten deu o alarme na segunda-feira.
Em Nova York, a representante especial da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos advertiu sobre a deterioração das condições de detenção de homens, mulheres e crianças palestinos sob o domínio israelense. Esse tem sido o caso desde os ataques de 7 de outubro, segundo ela.
Revistas íntimas humilhantes
Patten acredita que a situação é semelhante a uma “tortura sexual”, com relatos por parte de prisioneiros libertados de revistas íntimas humilhantes e repetidas, espancamentos e eletrocussão nos órgãos genitais e no ânus. Além disso, segundo os palestinos, os soldados tocariam algumas prisioneiras de forma inadequada e os detentos são filmados nus em posições humilhantes.
Os abusos lembram o escândalo de Abu Ghraib, no Iraque, e o de Guantánamo, que levou os soldados norte-americanos ao centro de uma polêmica, há 20 anos.
Em julho, um preso palestino foi hospitalizado após um estupro, e a polícia israelense prometeu uma investigação. Mas a ONU está preocupada com a interferência política no processo judicial em andamento. Ela também está pedindo o apoio médico e psicológico necessário para os prisioneiros estuprados.
No entanto, as ONGs não têm permissão para visitar os presos palestinos desde 7 de outubro, e não recebem mais nenhuma informação do governo israelense.