Palestinos aguardam entrada de ajuda humanitária após recuo de Israel
Segundo emissora pública israelense, passagem em Rafah será reaberta; governo Netanyahu restringiu acesso em pressão por entrega dos corpos de reféns pelo Hamas
* Atualizada às 10h
Israel decidiu permitir a abertura da passagem de fronteira de Rafah, entre Gaza e o Egito, e anunciou que manterá o fluxo de ajuda humanitária acordado, revertendo a ameaça de cortar pela metade o envio de suprimentos na Faixa de Gaza. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (15/10) pela emissora pública israelense Kan, depois que o Hamas entregou novos restos mortais de reféns às autoridades.
Nesta terça-feira (14/10), o governo israelense acusou o Hamas de violar o acordo de cessar-fogo pelo atraso na devolução dos corpos, anunciando a redução da ajuda e o bloqueio da fronteira. Segundo o Hamas, os atrasos ocorrem devido à dificuldade de localizar os locais de sepultamento em meio aos escombros causados por dois anos de conflito.
A decisão de restringir a ajuda humanitária foi comunicada ontem pelo braço militar israelense COGAT (Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios) às Nações Unidas. Até o momento, o Hamas entregou oito corpos à Cruz Vermelha. Três foram identificados por familiares, enquanto o exército israelense afirma que um deles não corresponde a nenhum prisioneiro registrado.
Na sexta-feira (10/10), o COGAT havia projetado a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária diariamente durante o cessar-fogo, mas até o domingo apenas 817 caminhões chegaram. Na segunda-feira (13/10), as travessias de Israel permaneceram fechadas, embora a ONU tenha coletado suprimentos dentro de Gaza, de acordo com o porta-voz adjunto Farhan Haq, informa a TeleSur.
Ajuda humanitária

Cenário de destruição na Cidade de Gaza onde a entrada de ajuda humanitária foi novamente reduzida
Agência Wafa
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) relatou a chegada de 137 caminhões desde o fim de semana, enquanto o UNICEF entregou suprimentos essenciais, como barracas, lonas e kits de higiene. No entanto, até 400.000 pessoas na Cidade de Gaza não recebem assistência há semanas, de acordo com o PMA.
Organizações como o Conselho Norueguês para Refugiados, a CARE e a Oxfam enfrentam barreiras de registro, impedindo a entrada de seus suprimentos. “Estamos no limbo… As necessidades de uma população que sofre de fome há meses não serão atendidas com alguns caminhões”, disse a conselheira da Oxfam, Bushra Khalidi.
A Catholic Relief Services, por sua vez, obteve autorização para trazer suprimentos prioritários. Já o Fundo Humanitário de Gaza, apoiado pelos EUA, suspendeu temporariamente suas operações, desmantelando um de seus quatro pontos de distribuição, embora planeje fazer ajustes para continuar as operações.
*Com TeleSur























