Israel rejeita acabar com genocídio em Gaza e propõe novo acordo para liberar reféns
Segundo jornais israelenses, Hamas analisa proposta de cessar-fogo de 60 dias e fala em 'progressão', mas Tel Aviv recusa-se retirar tropas do enclave
Os esforços para chegar a um acordo de cessar-fogo entre o governo israelense e o Hamas estão progredindo, de acordo com os relatos do jornal The Times of Israel nesta quinta-feira (03/07). No dia anterior, o grupo palestino revelou, por meio de nota, estar avaliando a recente proposta de 60 dias de trégua para “preencher lacunas” deste documento. O Hamas enfatizou que busca por um acordo que ponha fim definitivo ao genocídio promovido pelo regime sionista.
Na terça-feira (01/07), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Israel concordou com uma proposta de cessar-fogo de 60 dias em Gaza. Entretanto, o magnata mencionou que o período também seria usado para trabalhar pelo encerramento da guerra – ponto que o governo israelense se recusa a aceitar até a derrota do Hamas.
Nesta quinta-feira, o jornal israelense Yedioth Ahronoth detalhou alguns tópicos, informando que Tel Aviv exige, durante a trégua, que o Hamas liberte 10 reféns israelenses e os restos mortais de outros 18.
“As libertações serão implementadas em cinco fases durante um cessar-fogo de 60 dias”, disse o veículo, citando fontes não identificadas. Acrescentou ainda que cerimônias públicas durante a entrega de prisioneiros israelenses serão proibidas.

Prisioneiras israelenses libertadas em Gaza durante o primeiro acordo de cessar-fogo alcançado entre Hamas e Tel Aviv
RS/Fotos Públicas
A proposta também inclui uma cláusula do grupo palestino para a retirada gradual das forças israelenses de Gaza, conforme o jornal, que acrescenta que este ponto “provavelmente desencadeará um debate em Israel, que continua a exigir o desarmamento do Hamas, o exílio da liderança e a exclusão de qualquer governança futura no enclave”.
De acordo com a agência de notícias saudita Asharq al-Awsat, a proposta contém garantias dos mediadores de que ambos os lados não retomarão os combates enquanto as negociações para acabar com a guerra estiverem em andamento.
O Yedioth Ahronoth relatou que a expectativa é de que as negociações indiretas comecem “dentro dias no Catar ou no Egito”, países mediadores do conflito junto aos EUA.
Especula-se que o Hamas emita sua resposta oficial a essa proposta na sexta-feira (04/07), informou o Keshet 12, ou seja, pouco antes do terceiro encontro entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e Trump na Casa Branca, previsto para a próxima semana. O magnata já antecipou que os conflitos no Irã e na Palestina serão o foco principal das conversações em Washington.