O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, anunciou nesta quarta-feira (05/02) que seu país está deixando o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
A decisão é tomada um dia depois de o governo dos Estados Unidos anunciar a mesma medida, adotada pelo governo de Donald Trump, simultaneidade que foi destacada em comunicado oficial difundido pelo chanceler.
“Israel saúda a decisão do presidente Trump de não participar do Conselho de Direitos Humanos da ONU e se junta aos Estados Unidos: não participará mais do CDH da ONU”, afirma a nota publicada por Saar em sua conta no X (antigo Twitter).
Ao justificar a medida, o chanceler israelense disse que o Conselho de Direitos Humanos “demoniza obsessivamente” as ações de Israel na Faixa de Gaza, em referência às dezenas de resoluções publicadas pelo órgão nos últimos meses sobre o massacre promovido por Tel Aviv no território palestino.
Essas resoluções dizem respeito não só das mais de 46 mil mortes oficiais de civis em função dos bombardeios e ataques terrestres como à restrição do acesso a água, alimentos e outros itens básicos imposta à população local.

Decisão de Israel de abandonar o Conselho de Segurança da ONU foi anunciada pelo chanceler Gideon Saar
Tel Aviv também acusa o Conselho de Direitos Humanos de “proteger violadores de direitos humanos”, em referência ao grupo palestino de resistência Hamas.
“O Conselho (de Direitos Humanos) protegeu violadores e permitiu que eles se escondessem do escrutínio, e em vez disso demoniza obsessivamente a única democracia do Oriente Médio: Israel. Este órgão se concentrou em atacar um país democrático e espalhar antissemitismo, em vez de promover os direitos humanos”, acusou o chanceler israelense.
Vale destacar, no entanto, que muitas das posições adotadas pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU foram tomadas também por quase todas as entidades ligadas ao tema em todo o mundo, incluindo Human Rights Watch, Anistia Internacional e outras.
Além disso, Israel responde por possíveis crimes de violações aos direitos humanos dos palestinos em instâncias jurídicas internacionais como a Corte Internacional de Justica (CIJ) e o Tribunal Penal Internacional (TPI).