As Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla inglês) mataram ao menos 34 palestinos na Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira (10/12), informaram médicos da região à Reuters.
Ao mesmo tempo, tanques israelenses avançaram em direção ao centro e o sul do enclave.
Em Beit Hanoom, norte de Gaza, um ataque aéreo matou 25 pessoas e feriu dezenas. 20 das vítimas, incluindo mulheres, crianças e idosos, eram membros da mesma família que haviam se deslocado de Beit Lahiya e de Jabalia fugindo dos bombardeios.
A área vem sendo fustigada desde outubro.
Crianças entre os mortos
Outro bombardeio, no campo de refugiados de Nuseirat, centro de Gaza, fez sete vítimas mortais, incluindo uma mulher e três crianças, enquanto em Rafah, no sul, houve dois mortos.
Apesar disso, há sinais de que as negociações de paz poderiam ser retomadas em breve. Uma autoridade do Hamas confirmou nesta terça-feira que os mediadores intensificaram seus esforços e que o grupo está disposto a ser flexível para “acabar com a agressão ao nosso povo”.
Uma autoridade palestina também sinalizou sobre avanços para a retomada das negociações.
Ela informou que o Hamas pediu às outras facções de Gaza que fizessem uma lista com os nomes dos reféns israelenses e estrangeiros sob sua custódia, vivos ou mortos.
Listas de reféns para negociar
O Hamas quer um acordo que possibilite o fim das agressões e a libertação tanto dos reféns mantidos em Gaza, assim como dos palestinos presos em Israel.
Já o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, continua dizendo que a guerra só acabará quando o Hamas for eliminado.
Na noite de segunda-feira (09/12), Netanyahu admitiu que, com a queda de Bashar al-Assad na Síria, o isolamento do Hamas poderia abrir caminho para um acordo sobre os reféns.
Porém, ele avaliou que era cedo para dizer se os esforços teriam sucesso.
Ao mesmo tempo, em entrevista coletiva em Jerusalém, Netanyahu disse que “se acabarmos com a guerra agora, o Hamas retornará, se recuperará, se reconstruirá e nos atacará novamente”.
Com esse argumento, o primeiro-ministro israelense disse que não interromperia a guerra em Gaza “agora”.
Genocídio e colonização
A guerra em Gaza matou ao menos 44.758 palestinos, feriu quase 106 mil desde 7 de outubro de 2023 e deixou mais de 10 mil desaparecidos entre os escombros.
Ao lado dos bombardeios, tropas israelenses atacam por terra, onde dinamitam os poucos edifícios que permanecem em pé, buscando inviabilizar o retorno da população expulsa das áreas.
Em paralelo, enquanto as atenções do mundo estavam voltadas para Gaza, Netanyahu intensificou a instalação de novos colonos na Cisjordânia.
Os ataques israelenses, cada vez mais, foram tendo como alvo hospitais, ambulâncias, outras infraestruturas médicas, escolas e campos de refugiados, além de correspondentes de guerra.
Isso e o decorrente número de vítimas civis e de crianças mortas nesses ataques motivaram o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir uma ordem de prisão contra Netanyahu por crimes de guerra.
Comprando a mídia
Netanyahu também responde junto à Justiça israelense a processos por corrupção, a maioria por oferecer favores em troca de cobertura favorável da mídia.
Seu depoimento começou nesta terça-feira e a previsão é que lhe tome seis horas três vezes por semana.
Nada disso, porém, inibiu a violência dos ataques israelenses. Ao contrário, desde o último final de semana, além de Gaza, Israel passou a atacar a Síria também.