A Liga Árabe realizou nesta terça-feira (10/09) uma reunião de cúpula do seu Conselho de Chanceleres, na qual defenderam a necessidade de uma manifestação conjunta contra as agressões de Israel contra a população da Faixa de Gaza.
O encontro, realizado no Cairo, capital do Egito, também discutiu a possibilidade de uma ação através de instâncias internacional para pedir a responsabilização do governo sionista e especialmente do premiê Benjamin Netanyahu pelos crimes de guerra cometidos contra o povo palestino.
Outro tema destacado durante a cúpula da Liga Árabe, expressado por diversos chanceleres presentes, foi o temor de que a estratégia desencadeada por Tel Aviv nos últimos dias estaria levando a uma escalada regional do conflito, que poderia obrigar alguns países membros da entidade se envolver diretamente no mesmo.
O documento final do evento destaca os bombardeios israelenses a regiões do Líbano, o recente ataque a uma região da Síria e também em Jerusalém e no norte da Cisjordânia, alegando que tais ações seria uma forma do regime de Tel Aviv de tentar “mudar a identidade árabe”.
“Os membros desta Liga condenam as violações israelenses aos locais sagrados, como uma violação clara do direito internacional e uma escalada perigosa, e afirma a sua rejeição e condenação de todas as políticas israelenses destinadas a mudar a identidade árabe, islâmica e cristã de Jerusalém e dos seus locais sagrados”, afirma a declaração final da cúpula.
Sobre a questão da Faixa de Gaza, o documento reafirmou o apoio da Liga Árabe aos “esforços impulsionados por Egito e Catar para alcançar um cessar-fogo permanente na região” e também a posição histórica de reconhecimento do Estado da Palestina de acordo com suas fronteiras estabelecidas nos tratados de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.
O diplomata egípcio Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, ofereceu uma coletiva de imprensa horas depois da reunião dos chanceleres, na qual afirmou que “a busca por um cessar-fogo na Faixa de Gaza não é apenas um clamor dos povos árabes, mas uma necessidade global e humanitária”.
Gheit também abordou a questão da escalada regional do conflito, dizendo que “este é um perigo que deve ser tratado como uma ameaça a todo o mundo árabe, não apenas aos países cujas fronteiras foram violadas em eventos recentes. O envolvimento de outras nações nesse conflito é uma situação que terá eco em toda a região”.
Além dos chanceleres dos 22 países membros da Liga, a cúpula contou com dois ministros convidados: Hakan Fidan, representante da Turquia, e Josep Borrell, responsável pelas relações internacionais da União Europeia.