Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Um dia antes de o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu colocar em xeque o acordo de cessar-fogo selado com o Hamas sob alegação de que o grupo palestino teria feito acrescentado exigências e, na sequência, suspender a votação para a aprovação do tratado prevista para esta quinta-feira (16/01), diversos líderes mundiais haviam celebrado a notícia.

Na quarta-feira (16/01), logo após o anúncio de que o Hamas e o governo de Israel chegaram a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva havia falado em “esperança”. Em rede social, o mandatário expressou o desejo de que o tratado permita “paz e estabilidade a todo Oriente Médio”.

“Após tanto tempo de sofrimento e destruição, a notícia de que um cessar-fogo em Gaza foi finalmente negociado traz esperança. Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio”, escreveu Lula no X.

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Já o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota em que expressa “satisfação” com o acordo e “exorta as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e a garantirem a cessação permanente das hostilidades, a libertação de todos os reféns e a entrada desimpedida de ajuda humanitária em Gaza”.

No comunicado, o Itamaraty menciona as perdas desencadeadas pelo conflito de 15 meses, dando destaque aos mais de 46 mil civis palestinos, mais de 160 jornalistas e 265 funcionários das Nações Unidas (ONU) assassinados pelo exército de Israel, além da morte de 1.2 mil israelenses. A pasta também cita o cenário de deslocamentos e destruição no enclave, pedindo a garantia de “condições necessárias para o início do urgente processo de reconstrução de sua infraestrutura civil”.

Por fim, a nota reforça o posicionamento que o governo brasileiro manteve durante o conflito, reiterando “seu compromisso com a solução de dois Estados”.

Maduro: ‘começaram grandes mudanças na sociedade’

Em sua mensagem anual à nação, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, celebrou na quarta-feira o acordo de cessar-fogo, desejando que “toda a humanidade se una e abra caminhos de paz para o povo palestino”.

“Foi anunciado um acordo de cessar-fogo e regulamentação da guerra. Um acordo entre o movimento de resistência palestino, Hamas e Israel, após a dor do genocídio (israelense)”, declarou o mandatário, ao ressaltar que “começaram grandes mudanças na sociedade”.

“Busquemos a compreensão e o respeito pelo direito internacional e pela vida. E vamos buscar a paz no mundo”, acrescentou Maduro.

Arce: ‘um passo crucial pela paz’

Ao comemorar o “fim definitivo do massacre do valente povo palestino”, o presidente boliviano Luis Arce considerou o acordo de cessar-fogo selado entre o Hamas e o governo de Israel “um passo crucial na busca pela paz”. 

“Este acordo representa uma esperança renovada para o reconhecimento da Palestina como um Estado livre, soberano e independente”, observou Arce, fazendo um apelo à comunidade internacional para um futuro digno aos “irmãos e irmãs palestinos”.

Wikimedia Commons/Ricardo Stuckert/Enéas de Troya/Khamenei.ir
Diversos países, incluindo Brasil, Venezuela e Irã, exigem respeito ao direito internacional após Hamas e Israel selarem acordo que prevê fim de conflito na Faixa de Gaza

México exige pronta reconstrução de Gaza

O governo do México, liderado por Claudia Sheinbaum, saudou o anúncio do fim das hostilidades israelenses no território palestino. Pelo X, o Ministério das Relações Exteriores do país enfatizou “a necessidade de garantir o acesso rápido à ajuda humanitária para a população de Gaza e a pronta reconstrução e desenvolvimento da Faixa de Gaza”.

“O México espera que o fim sustentável das hostilidades se estenda à região e dê origem às condições que levarão a uma solução abrangente e definitiva para o conflito, sob a premissa de dois Estados”, disse.

Petro se dispõe a enviar ajuda humanitária

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, classificou o anúncio como “boa notícia” e manifestou disposição de enviar ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, assim como facilitar serviços aos palestinos em seu país.

“É uma boa notícia para a humanidade. A paz em Gaza está prestes a ser alcançada. A Colômbia estará disposta a enviar equipes médicas a Gaza para tratar crianças feridas e serviços serão oferecidos na Colômbia”, disse Petro.

Pela plataforma X, o mandatário compartilhou um vídeo que mostra crianças palestinas em Gaza comemorando a notícia do cessar-fogo.

“Que linda a alegria das crianças. Que lindo o choro e o riso da criança pela Vida e pela Paz. Herodes foi derrotado”, escreveu.

Honduras espera pela implementação do acordo

O governo de Honduras, liderado pela presidente Xiomara Castro, por sua vez, disse esperar a implementação “deste acordo que põe fim ao sofrimento da população civil palestina e garante o respeito ao direito internacional e ao direito internacional humanitário”.

Em rede social, o ministro das Relações Exteriores hondurenho, Eduardo Enrique Reina, defendeu “o reconhecimento e o respeito do Estado palestino e israelense e sua coexistência pacífica em segurança”.

Ali Khamenei: ‘uma derrota ainda maior’ para Israel

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que a assinatura do acordo de cessar-fogo significa “uma vitória clara e um grande triunfo para a Palestina”, enquanto “uma derrota ainda maior para o monstro do regime sionista”.

“Nos livros, você escreverá que um povo matou milhares de mulheres e crianças em Gaza, e todos entenderão que foi a resistência do povo e a firmeza da Resistência Palestina que forçou o regime sionista a recuar”, disse o líder iraniano em rede social.

Da mesma forma, a Guarda da Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) emitiu um comunicado reconhecendo a firmeza dos grupos de resistência palestina por confrontar “os assassinos do povo palestino oprimido, apesar dos crimes bárbaros e medievais e do genocídio do regime sionista demoníaco”.

(*) Com Telesur