Lula rebate Embaixada de Israel e denuncia mais uma vez genocídio em Gaza
Presidente qualificou postura israelense como ‘vitimismo’ e afirmou que ofensiva ‘não é guerra, é um Exército matando mulheres e crianças’
Em coletiva realizada nesta terça-feira (03/06), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar duramente o governo de Israel pela ação militar contra a população civil palestina na Faixa de Gaza, a qual ele classificou novamente como um “genocídio”.
Diante da pergunta de uma jornalista sobre um comunicado emitido no dia anterior pela Embaixada de Israel, Lula afirmou que “um presidente não responde a uma embaixada, mas eu reafirmo o que eu disse”.
Além da embaixada, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) também criticou Lula, alegando que “Israel não pratica genocídio em Gaza, e quem promove este libelo antissemita o faz buscando ganhos oportunistas ou ignorando os fatos”.
Comunicado da embaixada de Israel
A nota da embaixada israelense foi uma resposta às declarações de Lula feitas no último domingo (01/06), durante a convenção do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Na ocasião, o mandatário também chamou a ação israelense em Gaza de “genocídio”.
A diplomacia de Tel Aviv repudiou as declarações do presidente, dizendo que elas “alimentam o antissemitismo no mundo”, e que o presidente brasileiro “se deixa levar por notícias falsas da organização terrorista Hamas”.
Além da embaixada, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) também criticou Lula, alegando que “Israel não pratica genocídio em Gaza, e quem promove este libelo antissemita o faz buscando ganhos oportunistas ou ignorando os fatos”.
“O que Israel efetivamente faz é se defender de uma organização terrorista que se esconde atrás de civis palestinos, o que fica comprovado diariamente”, frisou o comunicado da entidade.

Ricardo Stuckert / Presidência da República
Fronteiras de 1967
Por sua vez, o mandatário questionou o governo do premiê israelense Benjamin Netanyahu, ao argumentar que o genocídio em Gaza está acontecendo “por decisão de um governo que nem o povo judeu quer”.
Em seguida, Lula mencionou o holocausto judeu, durante a Segunda Guerra Mundial, ressaltando que “é exatamente por conta de que o povo judeu sofreu na sua história que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino”.
“Eles se comportam como se o povo palestino fosse cidadão de segunda classe. E nós temos dito há muito tempo, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o estado Palestino aqui na América do Sul, e eu volto a reafirmar: só haverá paz quando a gente tiver consciência de que o [povo] palestino tem direito ao seu Estado, à terra demarcada por aquele acordo de 1967 que o governo de Israel não quer deixar ser cumprido”, reforçou o presidente.
O mandatário concluiu sua declaração sobre o tema qualificando a postura da embaixada israelense como “vitimismo”.
“Precisa parar com esse vitimismo. É o seguinte: o que está acontecendo na faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando da guerra”, finalizou Lula.
