De acordo com uma pesquisa realizada Instituto Israelense de Estudos de Segurança Nacional (INSS), 65% dos cidadãos de Israel acreditam que soldados das Forças de Defesa Israelenses (FDI, como é chamado o exército do país), acusados de agressão sexual contra palestinos não devem sofrer acusações criminais. A informação é do jornal Middle East Eye.
O centro de pesquisa da Universidade de Tel Aviv publicou o dado neste domingo (18/08) em meio uma vasta investigação sobre as denominadas “Espadas de ferro”, como o exército do país denominou sua ofensiva militar na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.
O resultado decorre especialmente do caso em que nove soldados israelenses foram detidos, em 29 de julho, por agressão sexual contra presos palestinos mantidos na prisão de Sde Teiman.
A detenção, localizada no Sul de Israel, é um dos principais destinos dos mais de quatro mil palestinos capturados, mesmo não sendo combatentes do Hamas, pelos soldados de Tel Aviv desde o início da guerra no enclave.
Apesar dos responsáveis começarem a ser investigados há poucas semanas, há relatos de palestinos denunciando os oficiais israelenses por abuso sexual em Sde Teiman desde maio passado.
Estupros e agressões sexuais não são as únicas denúncias das vítimas, que incluem tortura e maus-tratos nos tratamentos recebidos pelos oficiais de Sde Teiman. “Investigações do Middle East Eye, CNN e New York Times encontraram exemplos generalizados de abuso no centro”, ressalta a publicação do jornal voltado ao Oriente Médio.
No entanto, cinco dos nove detidos já foram liberados para cumprir prisão domiciliar. Segundo o Middle East Eye, os acusados esperaram “uma possível decisão do exército de apresentar acusações”.
A sequência do caso judicial como responsabilidade do exército também é um fator que a população israelense concorda. De acordo com a pesquisa, a maioria dos israelenses acredita que esses soldados devem apenas ser disciplinados pelas forças armadas do país, sem sofrer acusações criminais.
A pesquisa do INSS também revelou que 47% dos israelenses acreditam que “Israel não deveria obedecer à lei internacional durante o curso da atual guerra em Gaza”, que já deixou mais de 40 mil palestinos mortos, além de grave crise humanitária.