Mais de mil militares israelenses pedem fim da guerra em Gaza: ‘imoral’
Haaretz relata que soldados e oficiais da reserva de Israel preparam documento a Netanyahu
Cerca de 1.200 soldados e oficiais da reserva de Israel assinaram uma carta endereçada ao governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pedindo o fim imediato da guerra na Faixa de Gaza, segundo noticiou o jornal israelense Haaretz .
No documento, que está sendo preparado, os signatários defendem que “continuar a guerra se tornou um ato político que não atende mais aos objetivos de segurança de Israel e, portanto, é imoral”.
A carta, redigida por militares da Força Aérea Israelense, também afirma que a ofensiva “vai contra a vontade da grande maioria do público do país, podendo levar à morte de reféns, soldados das Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) e civis inocentes”, prolongar o conflito e resultar na “prática de crimes de guerra”.
Também enfatizaram a “necessidade urgente” e “sem demora” de trazer de volta todos os reféns que estão sendo mantidos no enclave palestino, alertando que as operações militares em andamento podem colocar suas vidas e as de “civis inocentes” em risco.
Sobre os princípios do conflito iniciado pelo governo Netanyahu, a carta afirma que a guerra tem como objetivo “preparar a ocupação de Gaza e implementar a visão messiânica de uma pequena minoria na sociedade israelense”.

idfonline/X
Os autores da mais recente carta são os mesmo que, em abril, assinaram um texto, também endereçado ao governo Netanyahu, exigindo o retorno dos reféns mesmo que isso significasse o fim da guerra.
Além desta iniciativa, o Haaretz relatou que mais de 100.000 israelenses assinaram petições em cinco dias durante o mês de abril, exigindo o fim da guerra e o retorno dos reféns.
Para além das assinaturas em cartas que se opõem à guerra, os reservistas que estão se recusando a se apresentar ao serviço militar devido sua posição sobre o conflito estão sendo condenados à prisão.
O Haaretz relata que este é o caso, por exemplo, de Ron Feiner, capitão reservista das IDF. “Estou chocado com a guerra sem fim em Gaza, a negligência com os reféns e a morte implacável de inocentes. Sou moralmente incapaz de continuar servindo enquanto não houver mudanças. A prisão não me silenciará nem me intimidará, nem a mim nem aos meus amigos”, declarou, antes de ser preso em uma pena de 20 dias.
(*) Com Middle East Monitor e informações de Haaretz
