Mais de mil palestinos morreram após Israel romper cessar-fogo, diz Ministério da Saúde de Gaza
Segundo a pasta, ao menos 80 morreram nas últimas 48 horas em ataques israelenses; Tel Aviv ameaça 'intensas operações de combate' no sul do enclave
O Ministério da Saúde de Gaza informou nesta segunda-feira (31/03) que mais de mil palestinos foram mortos desde que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) violaram o acordo de cessar-fogo e retomaram seus ataques no enclave, no último dia 18 de março.
De acordo com a pasta, nas últimas 48 horas, pelo menos 80 pessoas foram mortas em decorrência das ofensivas coordenadas pelo regime sionista, elevando o número de fatalidades para 1.001. Desta forma, ao todo, 50.037 palestinos perderam suas vidas desde o início do massacre na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.
Ainda nesta segunda-feira, o exército israelense ordenou que todos os residentes de Rafah, no sul do enclave, evacuem para a área de al-Mawasi, perto de Khan Younis, ao ameaçar “intensas operações de combate”. Embora al-Mawasi seja designada uma “zona segura”, o território tem sido frequentemente bombardeado por Israel ao longo da guerra.
Em 18 de março, com o aval recebido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo de Israel violou o acordo cessar-fogo estabelecido com o Hamas depois do encerramento de sua primeira fase. Desde então, o regime sionista ordenou a retomada dos bombardeios e operações terrestres em Gaza, além de aumentar a pressão sobre o grupo palestino, exigindo a libertação dos prisioneiros israelenses que seguem mantidos no enclave.

De acordo com a Agência da ONU para Refugiados Palestinos, muitos residentes da Faixa de Gaza são forçados a viver em tendas em meio às pilhas de lixo
Os novos ataques também ocorrem no momento em que Trump, principal aliado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, planeja expulsar os dois milhões de habitantes de Gaza para outras regiões, como Egito e Jordânia, em meio a sua proposta de transformar o território palestino em uma área de lazer, uma “Riviera do Oriente Médio”.
Quando o magnata propôs o plano, em fevereiro, a comunidade internacional reagiu imediatamente. A Organização das Nações Unidas chegou a descrever a proposta de “limpeza étnica”.
Mais cedo, um importante líder do Hamas pediu aos apoiadores do movimento em todo o mundo que peguem em armas e lutem contra o “plano sinistro” de Trump.
“Diante deste plano sinistro, que combina massacres e fome, qualquer um que possa portar armas, em qualquer lugar do mundo, deve agir”, declarou o dirigente Sami Abu Zuhri. “Não segurem um explosivo, uma bala, uma faca ou uma pedra. Que todos quebrem o silêncio”.
(*) Com Ansa
