Manifestantes contrários ao governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniram em cidades de Israel na noite de sábado (20/07), em uma tentativa de pressionar o premiê e impedir sua viagem a Washington antes que assine, de forma definitiva, o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns com o grupo palestino Hamas.
As maiores manifestações se concentraram em Tel Aviv, Jerusalém, Haifa e Cesareia, com milhares de participantes em cada uma delas.
#PROTEST AGAINST #NETANYAHU TEL AVIV
Supporters and families of hostages held in Gaza protest Benjamin Netanyahu’s government in Tel Aviv and share their skepticism about the Israeli PM’s visit to Washington next week. pic.twitter.com/NJwJAXWIVf— WAR & CRIME WORLD NEWS (@WARCRIMENEWS) July 21, 2024
Durante os protestos, Einav Zangauker, cujo filho Matan, de 24 anos, é refém em Gaza, segundo o jornal The Times of Israel, declarou em frente ao quartel-general militar do país que “[para Netanyahu] é mais importante salvar seu assento do que salvar vidas”.
Embora as negociações para um acordo, mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos, tenham indicado progressos nas últimas semanas, elas ainda seguem com “obstáculos que precisam ser ultrapassados”, como relata o veículo israelense.
Desde o início da intensificação das operações militares lideradas por Tel Aviv na Faixa de Gaza, as famílias dos reféns detidos no enclave têm liderado protestos todos os sábados à noite para pressionar Netanyahu a fechar um acordo destinado à libertação dos cativos.
A expectativa é de que os manifestantes prolonguem os protestos até segunda-feira (22/07), no aeroporto Ben Gurion, quando o premiê deve partir aos Estados Unidos.
Familiares de reféns na comitiva de Netanyahu
Vários parentes de reféns israelenses planejam viajar a Washington como parte da comitiva do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, incluindo Noa Argamani, de 26 anos, que foi libertada em uma operação no mês de junho.
O The Times of Israel relatou nesta semana que israelenses exigem que Argamani e seu pai não se juntem à delegação do premiê, que discursará no Congresso norte-americano.
Segundo o veículo local, os familiares argumentam que Netanyahu “está usando” Argamani e que sua companhia apenas “reforçaria” as posições tomadas pela autoridade que, por sua vez, é acusado pela população civil de “não conseguir um acordo para libertar os reféns após mais de nove meses”.
“Querida Noa, ele está usando você. E outros pagarão por isso com suas vidas. Explique isso ao seu pai. Não voe com ele como uma decoração”, escreveu em rede social Maayan Sherman, mãe de um soldado das IDF, cujo corpo permanece no enclave.