O médico palestino Ziad Mohammed al-Dalou, sequestrado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, morreu sob custódia em prisão israelense. O anúncio foi dado pelo Ministério da Saúde da Palestina nesta quarta-feira (18/09).
Trata-se do terceiro médico a morrer dentro de detenções israelenses desde 7 de outubro de 2023, onde a tortura generalizada também matou, ao menos, outros 60 prisioneiros palestinos.
Al-Dalou foi sequestrado em 18 de março enquanto trabalhava, junto com outras dezenas de profissionais de saúde, quando as IDF realizaram uma grande operação no Hospital al-Shifa.
“O Ministério condena este crime hediondo contra os profissionais de saúde palestinos”, afirmou o Ministério da Saúde palestino, após o sequestro de al-Dalou. “Atacar profissionais de saúde durante o cumprimento de seu dever humanitário é uma violação flagrante do direito internacional humanitário.”
O ataque a um dos maiores centros médicos da Faixa de Gaza resultou na morte de dezenas de pessoas e pacientes. Posteriormente, outros corpos foram encontrados enterrados em valas comuns nos pátios do hospital.
Adnan Al-Bursh e Iyad al-Rantisi
Em 19 de abril, o renomado médico palestino, Adnan Al-Bursh, chefe do departamento de ortopedia do Hospital al-Shifa, considerado um dos cirurgiões “mais qualificados” da região, foi torturado e assassinado em uma prisão israelense.
De acordo com o Comitê de Assuntos dos Presos Palestinos e do Clube de Prisioneiros Palestinos, a morte do profissional de 50 anos ocorreu na “seção 23” da cadeia israelense de Ofer, próximo de Ramallah, na Cisjordânia, onde passou mais de quatro meses detido.
Dois meses depois, foi confirmado que outro médico, Iyad al-Rantisi, diretor do departamento de maternidade do Hospital Kamal Adwan, também morreu sob tortura por guardas israelenses. Ele foi detido quando viajava para o sul de Gaza com sua família, atravessando uma “área humanitária” designada por Israel.
Na ocasião, a comunidade da Palestina acusou os casos como sendo parte de um “ataque sistemático” no qual se aplica o crime de tortura e tem como alvo, especialmente, os profissionais de saúde.
Segundo o portal Middle East Eye, desde 7 de outubro de 2023, as IDF sequestraram mais de 300 médicos e outros profissionais de saúde em todo o enclave palestino. O Ministério da Saúde local acrescenta que, além disso, as forças israelenses mataram pelo menos 1.151 profissionais de saúde desde o início da guerra em Gaza.
Segundo a pasta, as fatalidades incluem ao menos 165 médicos, 260 enfermeiros, 300 funcionários de gestão e apoio, 184 profissionais associados de saúde, 76 farmacêuticos e 12 outros profissionais de saúde.