Os irmãos Omer e Ella Berger, ambos funcionários de instituições militares de Israel, tiveram seus vistos de entrada na Austrália negados pelas autoridades do país da Oceania, após responderem um formulário sobre seu possível envolvimento em crimes de guerra cometidos pelas forças israelenses contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.
Os dois israelenses viajavam à cidade de Sydney, onde participariam do centésimo aniversário de uma avó, Julan Berger, que é sobrevivente do Holocausto.
Segundo o site Israel Hayom, os irmãos Berger chegaram à Austrália na quarta-feira (11/12) e foram submetidos a um questionário de 13 páginas, que seriam obrigatórios a combatentes e funcionários de governo de países estrangeiros.
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No caso dos israelenses, o formulário trazia perguntas sobre se eles teriam participado em casos de abuso contra prisioneiros palestinos, operações em centros de detenção e sobre seu possível envolvimento em crimes de guerra ou genocídio.
Após preenchidos os formulários, os irmãos foram enviados à Tailândia, onde aguardaram a decisão sobre seu pedido de entrada. Já no país asiático, nesta sexta-feira (13/12), receberam a informação de que a solicitação foi negada.
Omer Berger, de 24 anos, serve no programa de reserva acadêmica das Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês). Ele decidiu permanecer na Tailândia aguardando novos desdobramentos do seu caso. Já sua irmã, Ella Berger, de 22 anos, que trabalha no serviço de inteligência das IDF, preferiu retornar a Israel.
O caso acontece três semanas após a política e ativista Ayelet Shaked também ter seu visto negado quando tentou entrar em território australiano. Shaked foi ministra da Justiça entre 2015 e 2019 (mandato anterior do premiê Benjamin Netanyahu), e ministra do Interior entre 2021 e 2022 (mandato do premiê Neftali Bennett).
Após ter seu ingresso no país negado, a ex-ministra israelense publicou uma mensagem dizendo que “o atual governo australiano assumiu uma posição anti israelense e extremamente pró-palestina, com elementos de antissemitismo. Estes são dias sombrios para a democracia australiana – eles escolheram ficar do lado errado da história”.
O Departamento de Assuntos Internos da Austrália afirmou que é falsa a afirmação de que existiria uma política especial de vistos imposta a cidadãos de Israel que tentam entrar no país, e que mais de 11 mil cidadãos israelenses receberam vistos desde 2023 – quando teve início o atual massacre cometido pelas forças de Tel Aviv contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.
* Com informações de Israel Hayom.