O ministro da Segurança Nacional de Israel de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, deixou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em protesto contra o cessar-fogo na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo jornal israelense Haaretz neste sábado (18/01), um dia após o governo em Tel Aviv ter aprovado o acordo com o Hamas.
Ben-Gvir foi uma das autoridades ultradireitistas contrárias ao tratado mediado pelos governos do Catar, dos Estados Unidos e do Egito. O ministro israelense ameaçou na quinta-feira (16/01) que o seu partido ultranacionalista Otzma Yehudit abandonaria o gabinete se o cessar-fogo fosse aprovado.
Em entrevista à emissora israelense Keshet 12, Ben-Gvir alegou que Netanyahu tentou persuadi-lo a não renunciar, prometendo-o a aumentar a construção de assentamentos. Além disso, o israelense afirmou ser “um homem de princípios” fazendo referência ao fato de que outros ministros, como o de Finanças Bezalel Smotrich, que ameaçaram renunciar ao cargo, não estão cumprindo com a palavra.
De acordo com o jornal The Times of Israel, membros da legenda apresentariam suas cartas de renúncia do governo na manhã de domingo (19/01) para protestar contra a aprovação do acordo.
“O partido Otzma Yehudit apresentará cartas de renúncia do governo e da coalizão amanhã de manhã, e os ministros Ben-Gvir, Yitzhak Wasserlauf e Amichai Eliyahu, bem como os presidentes do comitê, os deputados Zvika Fogel e Limor Son Har-Melech e o deputado Yitzhak Kroizer, deixarão seus cargos”, disse o partido em um comunicado.

Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir
O jornal The Times of Israel também informou que o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, do partido de extrema direita Sionismo Religioso, realizou neste sábado uma declaração condenando o acordo de cessar-fogo. e recusou fazer parte de “um governo que, Deus me livre, vai parar a guerra e não continuar até a vitória completa sobre o Hamas”.
No entanto, disse que seu partido permanecerá no governo, apesar de ter votado contra um acordo, isso porque Netanyahu concordou com uma série de demandas e prometeu cumprir “todos os objetivos da guerra em Gaza”.
“Infelizmente, não conseguimos impedir esse acordo perigoso, mas insistimos e conseguimos garantir, por meio de uma decisão do governo, no gabinete e de outras maneiras, que a guerra não terminaria de forma alguma, sem atingir seus objetivos completos, principalmente a destruição completa do Hamas em Gaza”, declarou ele, ignorando as cláusulas do acordo que, em sua fase final, terminam com um cessar-fogo permanente.