Em uma declaração por vídeo neste domingo (30/06), o ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, sugeriu a execução dos prisioneiros palestinos detidos pelos israelenses nas cadeias de ocupação ao afirmar que deveriam todos ser aniquilados com “tiros na cabeça”.
Ben-Gvir também pediu a aprovação do projeto de lei no Knesset destinado à execução dos prisioneiros, prometendo fornecer o mínimo de alimentos para mantê-los vivos até que a lei fosse promulgada.
“Para a minha surpresa e desgraça, recentemente tive que lidar com questionamentos sobre se os prisioneiros palestinos recebem ou não recebem cestas de frutas. E eu respondo: os prisioneiros palestinos devem ser mortos, levar tiros na cabeça. Nosso projeto de lei para aniquilar os prisioneiros deve ser aprovado na terceira leitura do Knesset (Parlamento israelense). Até lá, daremos o mínimo de recursos para que continuem sobrevivendo. Nada mais”, afirmou o ministro no vídeo.
Israeli National Security Minister, Itamar Ben Gvir;
‘Palestinian prisoners should be shot in the head. Until this law is passed, we will not give them much to live on.’ pic.twitter.com/vW9RoYx3e3
— Khalissee (@Kahlissee) June 29, 2024
De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, no início de março de 2023, a Assembleia-Geral do Knesset aprovou a leitura preliminar da proposta mencionada por Ben-Gvir.
A lei em questão, que exige mais duas leituras no Parlamento israelense para entrar em vigor, determina que os tribunais imponham a pena de morte a quem “cometer um crime de assassinato motivado por racismo e com a intenção de prejudicar o Estado de Israel”.
Segundo a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestinos, estima-se que atualmente 9.450 palestinos estejam mantidos em custódia da ocupação israelense.
Morte de Rami al-Halhouli
Em março, Ben Gvir chegou a celebrar a morte do menino palestino de 12 anos, Rami al-Halhouli, assassinado com um tiro na cabeça quando brincava com seu irmão e seus amigos em frente à residência, no campo de refugiados em Shuafat, em Jerusalém Oriental, e pediram que acendesse um fogo-de-artifício.
Um policial israelense posicionado à distância disparou contra Rami, que não resistiu aos ferimentos. Em comunicado, a polícia alegou que o suspeito “colocou em perigo as forças enquanto disparava fogos de artifício aéreos em sua direção”. No entanto, um vídeo que captou o momento do incidente mostrou que o disparo havia sido executado antes mesmo do fogo-de-artifício ser lançado.
Na ocasião, Ben-Gvir classificou o menino Rami como “terrorista” e saudou o policial como um “herói e um guerreiro”, elogiando-o pelo seu “trabalho exemplar” e garantindo o apoio do gabinete ministerial.