Navio da Flotilha da Liberdade é atacado por drones na costa de Malta
Embarcação transportava ajuda humanitária para Gaza; cerca de 30 pessoas estavam a bordo
Um navio da Flotilha da Liberdade (FFC), coalização que luta para acabar com o bloqueio israelense na Faixa de Gaza, foi atacado por drones, na madrugada desta sexta-feira (02/05), na costa de Malta.
De acordo com o assessor de imprensa da organização, Yasemin Acar, a proa do navio foi atingida duas vezes, causando um incêndio e rompendo o casco. Não houve feridos.
A embarcação transportava ajuda humanitária para o território palestino e pegou fogo às 00h30 (horário local), com 30 ativistas a bordo.
Segundo as autoridades de Malta, às 00h23, a tripulação informou que o incêndio estava fora de controle e solicitou assistência imediata.
À 1h28, o incêndio estava sob controle e outra embarcação foi enviada para fornecer apoio adicional. Às 2h13, foi confirmado que não havia feridos entre a tripulação; e às 3h45, a embarcação foi declarada segura.
“Voluntários de mais de 21 países viajaram para embarcar na missão a Gaza, incluindo figuras proeminentes”, informou a FFC.
O navio, o Conscience, estava indo para Malta, antes de partir para Gaza, mas não conseguiu chegar ao porto.

Comunicado da FFC
Em comunicado, a FFC exigiu que “os embaixadores israelenses sejam convocados e respondam pelas violações do direito internacional, incluindo o bloqueio em curso e o bombardeio de nossa embarcação civil em águas internacionais”.
A organização insta a comunidade internacional a condenar “a agressão contra um navio de ajuda humanitária desarmado” e que “todos os estados encerrem o apoio político, financeiro e militar ao cerco, bloqueio, ocupação e apartheid ilegais de Israel”.
Pede ainda à sociedade civil que entre “em contato com as embaixadas e altas comissões maltesas em todo o mundo para garantir a segurança dos nossos ativistas humanitários” e exige “uma investigação completa dos ataques das autoridades envolvidas” instando “todos os Estados e organizações internacionais a fornecer assistência”.
Ajuda humanitária
A FFC, formada por ativistas pela paz de vários países no ano passado, usa um barco de pesca convertido para tentar desafiar o bloqueio de Israel em Gaza.
Israel interrompeu a ajuda humanitária há dois meses, pouco antes de quebrar um cessar-fogo e reiniciar sua guerra contra o Hamas, que devastou o enclave palestino e matou mais de 50.000 pessoas.
A Cruz Vermelha alertou que “após dois meses de bloqueio total da ajuda humanitária, a situação em Gaza está à beira do colapso total”.
Pascal Hundt, diretor de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), afirmou: “Isso não deve ser aceito e a situação não pode se deteriorar ainda mais. Israel tem a responsabilidade de fazer todo o possível para garantir que os civis sob seu controle recebam as condições básicas de que necessitam”.
