O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pronunciou-se sobre a greve geral contra seu governo e a recuperação dos reféns na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (02/09), classificando-a “uma vergonha” que demonstra apoio ao grupo palestino Hamas.
“Vocês estão dizendo a Sinwar [líder político do Hamas]: ‘Vocês mataram seis pessoas, então nós os apoiamos”, declarou o mandatário durante uma reunião do Executivo.
Ao prometer que Israel “exigiria um preço do Hamas pelo assassinato dos reféns”, de acordo com o Times of Israel, o mandatário ordenou ao seu governo que “preparasse recomendações” sobre a morte e recuperação dos corpos de seis reféns em Rafah, na Faixa de Gaza, no último domingo (01/09) – algo que os críticos de Netanyahu atribuem à demora do primeiro-ministro em fechar um acordo de cessar-fogo com o grupo palestino Hamas.
A manifestação em Tel Aviv tinha como objetivo pressionar o governo a assinar um acordo com o Hamas que permita a libertação dos reféns ainda em poder do grupo. Cerca de 100 dos 251 reféns capturados pelo grupo continuam em Gaza.
Convocada pela Organização Geral dos trabalhadores em Israel (Histadrut), principal sindicato do país, órgãos públicos foram fechados, assim como escolas e muitas empresas privadas. No Aeroporto Internacional Ben Gurion, na capital israelense, as operações de pouso e decolagem foram interrompidas.
Inicialmente, o plano dos manifestantes era manter a greve até 18h (00h da terça-feira 03/09 no horário de Brasília), mas a Justiça ordenou o fim do movimento às 14h30 (08h30 no horário de Brasília).
As demandas dos manifestantes em relação à demora de Netanyahu para resgatar os reféns também é uma advertência de seu maior aliado de Israel, os Estados Unidos.
Segundo o jornal Al Jazeera, o presidente norte-americano, Joe Biden, declarou não acreditar que Netanyahu “esteja fazendo o suficiente para fechar um acordo de troca de prisioneiros com o Hamas”, em especial após insistir na permanência de tropas de seu exército nos Corredores Netzarim e Filadélfia, ação rejeitada pelo grupo palestino.
Bombardeio em Gaza
Ao mesmo tempo da greve em Tel Aviv, Israel matou pelo menos 11 pessoas e feriou diversas durante um ataque aéreo a uma escola que abrigava deslocados pelo conflito na Cidade de Gaza.
A informação foi dada nesta segunda-feira (02/09) ao jornal britânico The Guardian por profissionais da saúde locais.
Um dos médicos afirmou que o bombardeio, que atingiu a escola Safad, tinha como alvo “uma sala usada pela polícia”. No entanto, o exército israelense nega e afirma que o objetivo era atingir “terroristas do Hamas que atuavam em um centro de controle em uma área ocupada” pelo colégio.
No próximo 7 de outubro, o conflito na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel completará um ano. A guerra teve início após o ataque do grupo palestino contra o território israelense, deixando 1,2 mil mortos na ocasião. Já a ofensiva israelense deixou mais de 40 mil mortos palestinos em represália, além de grave crise humanitária.
(*) Com Ansa