Quinta-feira, 3 de julho de 2025
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é alvo de duras críticas nesta quarta-feira (17/07) após ter menosprezado a situação dos israelenses que seguem mantidos reféns na Faixa de Gaza.

De acordo com o portal de notícias local Ynet, na noite anterior, o premiê atendeu a uma reunião do gabinete de segurança para tratar sobre o acordo de cessar-fogo e da libertação de reféns que está sendo negociado com o Hamas. Durante as discussões, ele afirmou que “não há motivo para ficar estressado” uma vez que “os sequestrados estão sofrendo, mas não estão morrendo”.

Em nota, o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas repudiou os comentários do premiê, ao considerar que “não são apenas profundamente dolorosos para as famílias dos reféns, mas também factualmente imprecisos e perigosamente irresponsáveis”. Acrescentou ainda que “reféns já foram assassinados em cativeiro” e “mais reféns podem estar perdendo suas vidas neste exato momento”.

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A entidade também enfatizou a necessidade de avançar as negociações da proposta de cessar-fogo com o Hamas, sendo ela “o único caminho viável para garantir a libertação de todos os reféns”.

“É imperativo que todo o governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro, faça tudo o que estiver ao seu alcance para acelerar a assinatura deste acordo, em vez de criar obstáculos”, declarou o fórum.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, ainda não está claro quantos reféns detidos em Gaza seguem vivos, mas a imprensa israelense estima que 120 pessoas estejam lá, enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) afirmam que ao menos 42 estão mortas.

Twitter/Benjamin Netanyahu
Fórum de familiares de reféns em Gaza pressiona primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por avanço nas negociações do acordo de cessar-fogo com o Hamas
‘Netanyahu está usando você’

O jornal The Times of Israel relata que familiares dos reféns detidos na Faixa de Gaza estão pedindo que a israelense Noa Argamani, libertada no mês passado, e seu pai não se juntem à delegação de Netanyahu, que desembarca em Washington, nos Estados Unidos, na próxima semana para discursar no Congresso norte-americano

Segundo o veículo local, os familiares argumentam que Netanyahu “está usando” Noa e que sua companhia apenas “reforçaria” as posições tomadas pelo premiê, acusado pela população civil de “não conseguir um acordo para libertar os reféns após mais de nove meses”.

“Querida Noa, ele está usando você. E outros pagarão por isso com suas vidas. Explique isso ao seu pai. Não voe com ele como uma decoração”, escreveu em rede social Maayan Sherman, mãe de um soldado das IDF, cujo corpo permanece no enclave.

Enquanto isso, o líder da oposição, Yair Lapid, pressionou Netanyahu para que oficialize a aceitação do acordo de cessar-fogo durante sua viagem a Washington, em 24 de julho.

“Senhor primeiro-ministro, o senhor vai anunciar na próxima semana, na tribuna do Congresso, que aceita o acordo de reféns? Se é isso que você vai dizer, vá em paz com nossas bênçãos. É a coisa certa e moral a fazer. Se esse não for o seu plano, não vá a Washington”, disse Lapid no plenário do Knesset, nesta quarta-feira.