Sábado, 19 de julho de 2025
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O deputado sul-africano Nkosi Zwelivelile Mandela, também conhecido como Mandla Mandela, neto do falecido ex-presidente é líder da luta antiapartheid Nelson Mandela, difundiu neste sábado (01/06) uma carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional (COI), na qual ele pede que a entidade expulse a delegação de Israel dos Jogos Olímpicos de 2024, que serão realizados entre julho e agosto, na cidade francesa de Paris.

Em sua mensagem, Mandla usa o termo “Israel do apartheid” para enfatizar o pedido, e afirma que “os Jogos Olímpicos representam o maior encontro da comunidade das nações e a expressão máxima dos valores comuns que nos unem como uma família”, e que o massacre que o exército israelense promove na Faixa de Gaza, com mais de 36 mil civis palestinos mortos, violam esse princípio.

“Não há lugar para o apartheid israelense nos Jogos Olímpicos enquanto se recusar a aderir ao acórdão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que exige um cessar-fogo imediato e um fluxo livre de ajuda humanitária”.

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O pedido de Mandla se baseia no banimento da África do Sul dos Jogos Olímpicos, que ocorreu a partir do evento realizado em Tóquio, no ano de 1964. Segundo o parlamentar sul-africano, aquela medida foi decisiva para o enfraquecimento do regime racista que vigorava em seu país à época.

Em outro trecho da carta, o deputado pede a “todos os Estados membros, que se recusem a competir em qualquer prova em que o apartheid de Israel esteja representado” – ou seja, que os atletas se recusem a disputar provas nas quais competidores israelenses estejam participando.

Governo da África do Sul
Mandla Mandela usou termo ‘Israel do apartheid’ para defender banimento do país das Olimpíadas de Paris

Outro argumento da carta diz respeito à proibição imposta pelo mesmo COI aos atletas russos que participarão dos Jogos de Paris, mas que deverão fazê-lo como “independentes” e não como representantes da Rússia.

“Não pode haver qualquer justificação para a hipocrisia do COI em proibir a Rússia de participar nos Jogos Olímpicos devido à destruição de algumas cidades e vilarejos. O apartheid israelense fez coisas infinitamente piores e a uma escala inimaginável. Limpou etnicamente nada menos do que 531 localidades, massacrou os seus habitantes, roubou suas terras, colheitas e rebanhos, deslocou nada menos que 750 mil pessoas entre 1947 e 1948, e segue com seu objetivo, graças ao apoio total que recebe dos seus aliados imperialistas ocidentais, especialmente dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha”, denuncia Mandla.

A mensagem termina com um pedido aos países da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), aos membros do BRICS+ e do Sul Global, “para que se juntem a esta campanha e levem esta resolução aos corredores dos seus parlamentos, ministérios de esportes e comitês olímpicos”.

“Exigimos que o COI expulse o Israel do apartheid dos Jogos Olímpicos de Paris e o trate como o Estado pária que é”, conclui a carta.