Ofensiva dos Estados Unidos não impedirá operações militares, afirma líder dos houthis
Apenas nesta semana, foram realizados mais de 260 ataques contra o movimento armado do Iêmen
O líder do movimento de resistência do Iêmen houthis, Sayyed Abdul-Malik al-Houthi, afirmou que as ofensivas dos Estados Unidos contra o país e as possíveis instalações do grupo são inúteis e não irão impedir a continuidade das operações militares na região.
Abdul-Malik fez um discurso televisionado nesta quinta-feira (24/04), um dia após o grupo ter lançado mísseis e drones contra alvos vitais em Tel Aviv e Haifa. Apenas nesta semana, os Estados Unidos realizaram mais de 260 ataques contra os houthis.
“Apesar do número de ataques e bombardeios dos EUA desde a retomada de sua agressão exceder 1.200, seu fracasso é completamente evidente”, afirmou.
Entre 31 de março e 22 de abril, o grupo armado abateu sete drones Reaper avaliados em mais de US$ 200 milhões. Trata-se da perda material mais significativa de Washington até agora. Ao lado do Hamas em Gaza e do Hezbollah no Líbano, os houthis fazem parte do “Eixo da Resistência” contra Israel e os EUA.
Desde o início da guerra em Gaza, eles atacam repetidamente navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, tendo como alvo principal navios israelenses, norte-americanos e britânicos que atravessam o Estreito de Bab al-Mandeb.
“Nossa estratégia é a escalada, com maior desenvolvimento de capacidades militares, melhor aquisição de tecnologias militares e maior experiência”, garantiu. Os ataques houthis cessarão assim que Israel concordar com um cessar-fogo permanente.

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‘Crime de guerra mais horrível’
Em seu discurso, Abdul-Malik al-Houthi destacou a responsabilidade central dos Estados Unidos na ofensiva israelense contra Gaza. “Washington estabeleceu uma ponte aérea para apoiar as forças de ocupação israelenses, contribuindo diretamente para a escalada do conflito”, apontou.
Ele também classificou os ataques de Israel como “o crime de guerra mais horrível da era moderna”.
Segundo o líder dos houthis, neste momento, Gaza tem seu sistema de saúde quase totalmente destruído. Os suprimentos médicos e combustíveis estão bloqueados, o que vem levando à morte de dezenas de pacientes.
“As imagens trágicas de crianças desmembradas, que se tornaram uma ocorrência diária, são resultado do fornecimento contínuo de bombas de fabricação americana à ocupação israelense”, complementou.
Ele também citou a escalada alarmante do processo de anexação da Cisjordânia, acompanhado pela demolição de casas e pelo deslocamento da população.
Aliança entre EUA e Israel, afirmou, “representa uma ameaça séria à humanidade global”.
Percepção sobre conflito está mudando
Abdul-Malik al-Houthi vê com esperança a mudança da percepção mundial da guerra de Israel em Gaza.
“A percepção do inimigo israelense como um perpetrador criminoso, injusto e genocida tornou-se predominante em vários círculos populares ao redor do mundo”, afirmou.
“Esta é uma variável importante que deve ser aproveitada para servir à causa palestina”, afirmou. Ele também elogiou a coragem e os sacrifícios do povo palestino.
A opção pela resistência continua sendo a estratégia mais eficaz, apontou.
