Terça-feira, 10 de junho de 2025
APOIE
Menu

Após alertar o mundo que 14 mil bebês podem morrer nas próximas 48 horas se não houver entrada urgente de comida e água em Gaza, as Nações Unidas informam que apenas cinco caminhões de ajuda  humanitária conseguiram entrar na região nesta terça-feira (20/05).

“Israel continua impedindo que alimentos cheguem aos palestinos famintos”, afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

Embora Israel tenha autorizado a entrada de cerca de 100 caminhões, a maioria permanece retida na fronteira.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

A ajuda humanitária permitida representa menos de 20% do volume entregue, quando a população de Gaza, estimada em mais de dois milhões de pessoas, ainda dispunha de acesso regular a alimentos.

Apenas cinco caminhões entraram na região até a tarde de ontem (20/05)
Jaber Jehad Badwan/Wikipedia Commons

Ataques continuam

Enquanto vozes se levantam contra a escalada dos ataques, as forças israelenses continuam bombardeando a região. 42 pessoas foram mortas, desde o amanhecer, informa a Al Jaazeera.

Em declaração à agência, diretamente do Hospital Nasser, o médico palestino Ahmed al-Farra disse que a equipe médica do centro de saúde é constantemente forçada a escolher qual vida do paciente priorizar em meio aos ataques israelenses em andamento e à falta de recursos.

“Minha médica na UTI pediátrica me perguntou o que fazer nessa situação. Eu disse a ela: por favor, tente priorizar aqueles com maior chance de sobrevivência”.

“Se alguém consegue sobreviver, tentamos ajudá-lo. Para outros, simplesmente não podemos fazer nada.” Al-Farra condenou o uso da fome como a “pior arma” contra os palestinos.

O número total de mortos em Gaza já ultrapassa 61.700, de acordo com o Escritório de Imprensa do Governo palestino, que também contabiliza milhares de desaparecidos sob os escombros.

O Ministério da Saúde local confirma pelo menos 53.573 mortos e 121.688 feridos.