O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou nesta terça-feira (11/06) que o ataque de Israel contra o campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza no último sábado (08/06), pode ser considerado como crime de guerra.
De acordo com a entidade, “crimes de guerra podem ter sido cometidos tanto pelas forças israelenses como por grupos armados palestinos” durante o ataque que matou pelo menos 274 pessoas enquanto os soldados israelenses resgatavam quatro reféns mantidos pelo Hamas.
Outras 600 pessoas ficaram feridas pelas forças israelenses após o ataque aéreo. O jornal catari Al Jazeera informou ainda que o bombardeio sobrecarregou os já limitados hospitais da Faixa de Gaza.
O porta-voz do gabinete da ONU para os Direitos Humanos, Jeremy Laurence, declarou que a entidade está “profundamente chocada” com o impacto do ataque israelense aos civis.
“A forma como o ataque foi conduzido em uma área tão densamente povoada põe seriamente em questão se os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução – tal como estabelecidos nas leis da guerra – foram respeitados pelas forças israelenses”, disse ele por meio de uma comunicado.
Laurence também se posicionou sobre os reféns israelenses mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro, dizendo que a ONU está “profundamente angustiada” com a continuidade da situação.
“Ao manterem reféns em áreas tão densamente povoadas, os grupos armados estão colocando as vidas dos civis palestinos, bem como dos próprios reféns, em risco adicional devido às hostilidades [de Israel]”, declarou.
O gabinete de Direitos Humanos da ONU ainda saudou a decisão do Conselho de Segurança sobre a proposta de cessar-fogo, aprovada nesta segunda-feira (10/06).
A principal instância da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou uma resolução elaborada pelos Estados Unidos que consiste em um plano de cessar-fogo completo e imediato na Faixa de Gaza, incluindo a libertação incondicional de reféns e a garantia de assistência humanitária no enclave palestino.
O grupo palestino Hamas aceitou nesta terça-feira (11/06) a resolução apresentada pelos EUA, enquanto as autoridades de Israel ainda não manifestaram sua decisão sobre o documento.