Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou nesta quarta-feira (07/05) o plano aprovado por Israel para expandir sua guerra na Faixa de Gaza como “um momento muito perigoso” para a população palestina.

Em declaração feita à Agência France-Presse (AFP) durante uma reunião da Organização das Nações Unidas em Copenhague, na Dinamarca, o advogado disse que a tática de Tel Aviv leva apenas a “mais destruição, mais ódio, mais desumanização”.

O funcionário da ONU ainda instou Israel e o Hamas a “chegar a um ponto de razão e paz, e não apenas de lutas e guerras contínuas”, exigindo um cessar-fogo e a libertação “incondicional e imediata” de todos os reféns.

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Apesar do pedido de Türk, o Hamas declarou, após a aprovação feita pelo gabinete de segurança israelense, que não estava mais interessado em negociações com Tel Aviv para alcançar uma trégua.

De acordo com a emissora Al Jazeera, Basem Naim, alto funcionário do Hamas, afirmou que “não faz sentido iniciar negociações ou considerar novas propostas de cessar-fogo” enquanto Israel manter os bombardeios e o bloqueio contra ajuda humanitária, que está em vigor há mais de dois meses.

Sobre o bloqueio, Turk afirmou que ele “precisa ser levantado imediatamente”. “A assistência humanitária precisa ser fornecida. Essa é uma obrigação prevista no direito internacional”, acrescentou à AFP, citado pelo jornal britânico The Guardian.

Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos exigiu que Israel levante “imediatamente” bloqueio à ajuda humanitária em Gaza
Volker Türk/X

Por fim, o representante da ONU admitiu que o Conselho de Segurança da organização, que já tentou apresentar diversas resoluções para encerrar o conflito, “não está funcionando bem”.

Segundo Turk, podemos perder “muito do que realmente foi possível em termos de progresso humano, desenvolvimento e ação humanitária e aos direitos humanos”, complementou.

O advogado austríaco disse ainda esperar que “os países mais poderosos do mundo” ajam “em favor da paz, e não da guerra”.

Plano de Israel para expandir o genocídio

A medida aprovada pelo gabinete de segurança de Israel na última segunda-feira (05/05) prevê a ocupação do enclave e a manutenção territorial, o deslocamento da população palestina para o sul, além de negar ao Hamas a distribuição de suprimentos humanitários.

O plano também permite ataques violentos contra militantes árabes locais, o que segundo o governo do país, ajudará a garantir sua vitória na região.

Na terça-feira (06/05), um dia após a aprovação da expansão do genocídio, o ministro das Finanças do premiê Benjamin Netanyahu, Bezalel Smotrich, declarou que o enclave será “totalmente destruído” e a população palestina “partirá em grande número para outros países”.

(*) Com Ansa, Monitor do Oriente Médio, TeleSUR, informações de Al Jazeera e The Guardian