O Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores emitiu uma nota neste domingo (03/11) manifestando “apoio e incondicional solidariedade” ao jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, em função de um processo apresentado pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB) que o acusa de haver cometido crime de racismo ao publicar, em suas redes sociais, críticas ao Estado de Israel.
De acordo com o comunicado, Altman “vem sofrendo Lawfare e perseguição por parte da CONIB”, por defender os palestinos e realizar críticas contundentes contra o regime sionista responsável pelo massacre em curso na Faixa de Gaza que já resultou na morte de mais de 43 mil pessoas.
“Concluímos que o ataque ao companheiro Breno não é somente a sua, a nossa liberdade de expressão, mas constitui uma ameaça concreta à democracia brasileira. A mesma que sofreu uma tentativa de golpe em 8 de janeiro, e na qual admiradores e seguidores da CONIB tiveram forte atuação”, afirma o Núcleo.
No sábado (02/11), o Sindicato de docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece) também expressou “total solidariedade” a Altman, afirmando que o acusado sofre “uma nova censura por denunciar o genocídio promovido por Israel”.
Em comunicado, o Sinduece destacou a necessidade manter as denúncias contra o regime sionista, além de seguir pressionando pela interrupção das relações diplomáticas e comerciais com Israel.
“É essencial que vozes que denunciam esse genocídio se multipliquem e que nos mantenhamos reivindicando a interrupção das relações diplomáticas e comerciais com Israel e por um cessar-fogo imediato. Por uma Palestina livre e soberana”, disse.
Inquérito da PF
No sábado, a Polícia Federal (PF) concluiu que Altman não cometeu crime de racismo. O delegado Renato Pereira de Oliveira entendeu que houve um “equívoco na interpretação” da postagem do jornalista e encerrou o inquérito afirmando “não havendo outras diligências consideradas necessárias para apuração do fato”.
Agora, o caso será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que pode concordar com a PF e arquivá-lo, pedir novas diligências ou divergir e apresentar uma denúncia à Justiça contra Altman.
O inquérito se tratava de uma requisição do procurador Maurício Fabreti, do MPF, iniciada por denúncia da confederação israelita, que apresentou uma notícia de fato para que o jornalista fosse investigado pelos crimes de racismo, incitação ao crime e apologia de crime.
Desde outubro de 2023, o jornalista tem se posicionado como um severo crítico da ação militar de Israel. De família judaica, ele afirma que a ação genocida é fruto da ideologia sionista. Sobre o tema, ele publicou o livro Contra o sionismo – retrato de uma doutrina colonial e racista (Alameda).
Leia a nota Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores na íntegra:
“O Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores vem, a público, manifestar seu apoio e incondicional solidariedade ao companheiro Breno Altman, que vem sofrendo Lawfare e perseguição por parte da CONIB.
Para os sionistas, a defesa dos corpos e vidas dos palestinos é antissemitismo, como se o Povo Palestino não fosse também semita.
Perguntamos à CONIB: onde nasceram seus ancestrais até a terceira geração? Certamente não terá sido na Palestina, onde sua população, vítima do atual genocídio, habita há mais de 4000 anos convivendo com diversas etnias e religiões.
Por isso, concluímos que o ataque ao companheiro Breno não é somente à sua, à nossa liberdade de expressão, mas constitui uma ameaça concreta à democracia brasileira. A mesma que sofreu uma tentativa de golpe em 8 de janeiro, e na qual admiradores e seguidores da CONIB tiveram forte atuação.
Basta de perseguição! Que a Confederação Israelita do Brasil seja denominada pelo que de fato é: uma organização que apoia o terrorismo do estado de Israel e a limpeza étnica na Palestina além de inimiga do Povo Brasileiro!.
Núcleo Palestina do PT/SP”
Leia a nota Sindicato de docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece) na íntegra:
“Palestina Livre!
A Sinduece expressa sua total solidariedade ao jornalista, que esteve em março conosco para o lançamento do seu livro “Contra o sionismo: um retrato de uma doutrina colonial e racista”. Breno Altman sofre uma nova censura por denunciar o genocídio promovido por Israel. Diante da violência assistida na Palestina, onde milhares de vidas já foram ceifadas, especialmente de mulheres, crianças e idosos, ressaltamos a importância de manter e ampliar o número das denúncias contra o genocídio perpetrado pelo governo de Netanyahu. A força desproporcional de Israel com o povo palestino não se trata de defesa, ou de uma guerra: é a promoção de uma ofensiva colonista e genocida para exterminar um povo.
É essencial que vozes que denunciam esse genocídio se multipliquem e que nos mantenhamos reivindicando a interrupção das relações diplomáticas e comerciais com Israel e por um cessar-fogo imediato. Por uma Palestina livre e soberana.”