Os ministros das Relações Exteriores do Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Catar rejeitaram firmemente neste sábado (01/02) qualquer projeto de deslocamento forçado de palestinos.
Em um comunicado conjunto, os chanceleres afirmaram que a proposta de Donald Trump “ameaça a estabilidade da região, corre o risco de prolongar o conflito e prejudica as possibilidades de paz e coexistência entre os povos da região”.
A declaração foi divulgada em reação às declarações do presidente dos Estados Unidos, que cogitou a ideia de levar a população palestina para a Jordânia e o Egito, países fronteiriços com Israel.
Os chanceleres destacaram que rejeitam qualquer “ataque aos direitos inalienáveis” dos palestinos, seja por meio da “colonização, expulsão ou demolição de casas, anexação, despovoamento pelo deslocamento” e o “desenraizamento de sua terra”.
Os representantes dos cinco países, que se reuniram no Cairo, prometeram seu “apoio total e contínuo à determinação do povo palestino de permanecer em suas terras” e afirmaram estar prontos para trabalhar juntos em uma solução de dois Estados.
Nesse sentido, o texto reforça, entre outras coisas, “a importância dos esforços conjuntos da comunidade internacional para planejar e implementar um processo abrangente de reconstrução na Faixa de Gaza”.
Por fim, eles também saudaram a conclusão de um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas em Gaza e disseram que estão ansiosos para “trabalhar com a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, para alcançar uma paz justa e abrangente no Oriente Médio, de acordo com a solução de dois Estados e trabalhar para libertar a região do conflito”.

Milhares de palestinos voltam para o norte de Gaza após cessar-fogo
Passagem de Rafah reaberta
A passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, foi reaberta neste sábado pela primeira vez desde maio de 2024 para permitir que cidadãos palestinos doentes cheguem ao território egípcio para tratamento médico, segundo imagens divulgadas pela imprensa local.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, os primeiros a cruzar a passagem foram 50 pacientes, incluindo 30 crianças, e acompanhantes.
Em maio do ano passado, O Exército de Israel assumiu o controle sobre a fronteira do lado de Gaza, uma ação que interrompeu grande parte das entregas de ajuda humanitária ao enclave.
“Dos arquivos médicos, 50 foram aprovados pelo Egito. Esperamos que esse número aumente”, disse Muhammad Zaqout, diretor dos hospitais da Faixa de Gaza. “Agora temos 6.000 casos prontos para serem transferidos e mais de 12.000 que precisam urgentemente de tratamento.”
(*) Com Ansa.