Segunda-feira, 16 de junho de 2025
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Países como o Brasil, Turquia, Espanha e Irã se manifestaram contra a intercepção, pela  Marinha de Israel, do navio Madleen, da Coalizão da Flotilha da Liberdade. O ataque aconteceu na madrugada desta segunda-feira (09/06), horário local, e os 12 ativistas internacionais foram sequestrados.

Em missão pacífica, a embarcação levava ajuda humanitária, com alimentos e medicamentos aos palestinos em Gaza. O ativista brasileiro Thiago Ávila, a sueca Greta Thunberg, o ator Liam Cunnigham e a deputada francesa do Parlamento Europeu, Rima Hassan, estão entre os tripulantes sequestrados.

A operação aconteceu em águas internacionais, o que é proibido pelo direito internacional. O navio foi levado ao porto israelense de Ashdod, informou o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, nesta madrugada.

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Ativistas sequestrados pelas forças de Israel
Reprodução X / Israel Foreign Ministry

Em nota, o Itamaraty pediu a libertação dos tripulantes e condenou o bloqueio à ajuda humanitária. O governo brasileiro lembrou a importância do respeito à liberdade de navegação em águas internacionais. “Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos”, afirma o comunicado.

França

A França declarou que tomará medidas para assegurar o retorno imediato dos seis ativistas franceses que estavam a bordo do navio humanitário, entre eles, está a deputada francesa no Parlamento Europeu, Rima Hassan. De acordo com uma fonte do Palácio do Eliseu, informou a AFP, o presidente Emmanuel Macron pediu que os seis franceses embarcados no Madleen “tenham permissão para retornar à França o mais rápido possível”. Já o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot, afirmou que o governo francês atuará “para facilitar seu rápido retorno à França”.

Espanha

A vice-primeira-ministra da Espanha e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, usou as redes sociais para se posicionar de forma contundente: “condeno veementemente a apreensão do Madleen, que transportava ajuda humanitária para Gaza. Esta violação do direito internacional exige uma resposta clara e firme da UE. Toda a minha solidariedade aos voluntários que estão detidos. Apelamos à sua libertação o mais rápido possível”.

O governo espanhol já vinha adotando uma postura crítica em relação à conduta de Israel na guerra em Gaza. No mês anterior, o primeiro-ministro Pedro Sánchez declarou publicamente que “não negociamos com um Estado genocida”, em resposta às críticas sobre possíveis acordos com Tel Aviv. Díaz, por sua vez, classificou as ações israelenses como “genocídio do povo palestino”, afirmando que não poderiam passar impunes.

Turquia

O governo turco também se pronunciou duramente contra a interceptação da embarcação, chamando a ação de “clara violação do direito internacional”. Entre os detidos está o ativista turco Suayb Ordu. Ancara exige sua libertação imediata e promete recorrer a instâncias internacionais para responsabilizar Tel Aviv.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que “a intervenção ameaça a segurança marítima e mais uma vez demonstra que Israel está agindo como um estado terrorista.”

Irã

Teerã classificou a abordagem israelense ao Madleen como pirataria. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, declarou em coletiva de imprensa que “o ataque a esta flotilha — já que aconteceu em águas internacionais — é considerado uma forma de pirataria segundo o direito internacional.”

O Irã já vinha acusando Israel de crimes de guerra em Gaza, e o episódio da interceptação reforçou essa narrativa perante a comunidade internacional.

Com The Guardian e Al Jazeera.