O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, aceitou o convite do presidente russo, Vladimir Putin, para participar na próxima cúpula do BRICS, que será realizada em Kazan, de 22 a 24 de outubro.
A informação foi confirmada pelo embaixador palestino em Moscou, Abdel Hafiz Nofal, durante uma entrevista coletiva. O diplomata afirmou que o convite à Palestina para a cúpula de Kazan foi uma “mensagem positiva” e um símbolo de apoio ao povo palestino.
“Este convite significa que, apesar de todos os crimes, assassinatos e destruição na Faixa de Gaza, nossa mensagem é que a Palestina quer viver e se desenvolver”, concluiu o embaixador, segundo a agência de notícias russa TASS.
O diplomata também especificou que ainda não está definido se a representação palestina será ocupada pelo próprio Abbas ou se o primeiro-ministro, Mohammad Mustafa, participará em seu lugar.
Contudo, ressaltou a importância da Palestina estar representada no evento, que terá uma sessão dedicada à situação de Gaza, independentemente de quem comparecer em nome da ANP.
Segundo a TASS, Nofal acrescentou que uma reunião da comissão econômica intergovernamental russo-palestina também foi acordada para acontecer em Moscou, em dezembro.
O convite da Rússia à Palestina para participar da cúpula dos BRICS ocorreu após a reunião entre Abbas e Putin em 13 de agosto, durante a visita oficial do líder palestino a Moscou. Os mandatários discutiram a situação no Oriente Médio, com especial atenção à ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
Solicitação de adesão
Nofal ainda declarou que a Palestina apresentará um pedido de adesão ao BRICS após a cúpula em Kazan, segundo a TASS.
“Após nossa primeira participação na cúpula, enviaremos uma solicitação para ingressar no BRICS. O presidente russo Vladimir Putin prometeu que uma sessão seria totalmente dedicada à Palestina. Temos as expectativas mais positivas desta cúpula”, disse ele.
A ação do BRICS, grupo inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e expandido com o Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, denota a proximidade dos países com a causa palestina.
Em junho passado, os membros emitiram uma declaração conjunta na qual expressaram o seu apoio à adesão da Palestina como membro de pleno direito das Nações Unidas (ONU).
No documento, foi reiterado o compromisso com a criação de um “Estado Palestino soberano, independente e viável”. Além disso, expressaram “séria preocupação com a deterioração da situação no território palestino ocupado” e defenderam a entrega imediata de assistência humanitária à população civil na Faixa de Gaza.
(*) Com TeleSUR