(*) Atualizada às 15h07.
Após um atraso de algumas horas determinado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, os 110 presos palestinos na unidade prisional de Ofer foram libertados nesta quinta-feira (30/01).
Os dois ônibus com os detidos deixaram a prisão após Israel ter recebido garantias de mediadores sobre a futura “libertação segura” dos reféns que seguem no enclave.
Os palestinos chegaram a Ramallah, na Cisjordânia, em meio a aplausos, de acordo com jornalistas presentes no local.
Mais cedo, o governo israelense havia atrasado a libertação dos 110 presos palestinos, alegando que houve um tumulto durante a liberação de reféns pelo Hamas mais cedo na Faixa de Gaza.
O gabinete de Netanyahu suspendeu a libertação até que os mediadores obtivessem garantias do grupo palestino de uma “saída segura dos nossos reféns nas próximas rodadas”.
Um ônibus que transportava parte dos prisioneiros palestinos a serem liberados chegou a receber um aviso para retornar à prisão.
Esta é a terceira troca de reféns do Hamas por presos palestinos em Israel, conforme previsto no acordo de cessar-fogo.
Nesta quinta, a libertação de três israelenses e cinco tailandeses ocorreu em duas localidades. Em Jabalia, no norte de Gaza, foi uma cerimônia bastante formal. Já na cidade de Khan Younis, a saída dos reféns entregues à Cruz Vermelha foi cercada por uma multidão.
Isso ocorreu porque, antes da entrega em Khan Younis, um grande número de palestinos se reuniu perto da casa de Yahya Sinwar, líder do Hamas morto por Israel em outubro.
Os militantes do Hamas tiveram que abrir caminho pela multidão levando os reféns, quase carregados. As pessoas gritavam slogans de apoio à luta armada do Hamas ou levantavam bandeiras associadas à Jihad Islâmica Palestina.
“A morte só torna o povo mais forte e teimoso”, disse o alto funcionário do Hamas Sami Abu Zuhri, citado pela Reuters, lembrando a cena de Sinwar, gravemente ferido, filmado por um drone israelense quando atirava um pedaço de pau no dispositivo.

Palestinos voltando ao norte de Gaza após cessar-fogo após serem expulsos por Israel
Entre os 110 presos palestinos liberados nesta quinta estão 30 menores de idade e 32 prisioneiros que estavam cumprindo prisão perpétua por ataques contra israelenses.
A perspectiva de chegada desses emociona palestinos que não esperavam mais ver seus filhos vivos, reportou a emissora catari Al Jazeera.
Prisioneiros liberados podem ir para o exterior
Cerca de 20 dos prisioneiros não poderão voltar para suas casas na Cisjordânia ou Jerusalém, terão de ir para a Faixa de Gaza ou Egito.
Seu destino final ainda está sendo discutido segundo o comissário palestino para assuntos de prisioneiros. Um deles é Zakaria Zubeidi, que foi importante militante durante a segunda intifada no norte da Cisjordânia.
Uma multidão de israelenses acompanhou a liberação dos reféns através de um telão em Tel Aviv em local que ficou conhecido como Praça dos Reféns. Alguns aplaudiram quando o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegou à praça, em aparente gratidão pelo seu papel nas negociações