Quinta-feira, 12 de junho de 2025
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Durante uma sessão plenária na quarta-feira (04/06), a presidente do Parlamento da Alemanha, Julia Klöckner, do partido União Democrata-Cristã, expulsou a deputada Cansın Köktürk, que integra o Partido de Esquerda, por estar vestindo uma camisa com a inscrição “Palestina” para manifestar solidariedade ao povo palestino em meio ao genocídio em curso promovido por Israel na Faixa de Gaza.

De acordo com a presidente do Bundestag, confissões políticas sobre vestimentas não são permitidas no plenário e a proibição “são regras claras da casa”. No momento da expulsão, Klöckner revelou que, momentos antes, já havia pedido, em particular, que a deputada progressista trocasse de roupa, mas que ela teria se recusado.

“Pedi à deputada, Sra. Köktürk, que trocasse o suéter e isso não foi feito publicamente. Aparentemente você [Köktürk] rejeita isso, então peço que saia da sessão, por favor”, ordenou. Em seguida, Köktürk abandonou o local.

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De acordo com o canal alemão N-TV, “não está claro no regimento do Bundestag quais peças de vestuário são e quais não são permitidas no plenário. Slogans de protesto nas roupas, no entanto, são punidos sendo considerados como comportamento não parlamentar”.

A parlamentar do Partido de Esquerda, Cansin Köktürk, usava uma camiseta ‘Palestina’
IMAGO/Momentos-Políticos

A mesma sessão do Bundestag foi interrompida quando uma ativista que estava na tribuna dos visitantes gritou em solidariedade à Palestina durante a exposição do ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, também da União Democrata-Cristã, que defendeu mais entregas de armas a Israel..

Da arquibancada, a mulher gritou “sangue, sangue, sangue em suas mãos” e “Palestina livre”. 

Em seguida, a presidente do Parlamento voltou a intervir e exigiu a retirada da visitante.

“Você vai deixar a tribuna dos visitantes agora, porque você, como visitante, não está autorizada a gritar aqui. O debate ocorre aqui embaixo e por isso você, por favor, vai deixar agora essa tribuna dos visitantes”, ordenou Klöckner, enquanto a mulher foi retirada à força por agentes de segurança.

Ao longo da sessão, Wadephul justificou o apoio militar como uma resposta às ameaças enfrentadas por Israel, vindas de grupos armados como o Hezbollah, no Líbano, e os houthis, no Iêmen, além do Irã, todos em apoio à causa palestina.

Entretanto, o ministro alemão não mencionou  o genocídio promovido pelo regime sionista no território palestino, que vitima principalmente mulheres e crianças, e já provocou mais de 54 mil mortes. Além disso, o governo israelense tem usado a fome como arma de guerra, bloqueando a entrada de ajuda humanitária no enclave, o que tem impulsionado a contestação social e política na Alemanha, expressa nos protestos dentro do Bundestag.