Polícia de Tel Aviv prende judeus israelenses suspeitos de atuar em atentados explosivos
Uma das hipóteses investigadas é a de um possível ataque de bandeira falsa para incriminar palestinos; Hamas e outros grupos negaram autoria
A polícia de Israel prendeu dois cidadãos judeus nesta sexta-feira (21/02) por suspeita de conexão com as explosões de três ônibus estacionados em subúrbios de Tel Aviv. Os investigadores estão tratando o caso, ocorrido na noite de quinta-feira (20/02), como uma série de atentados terroristas.
Horas depois, o exército do país realizou uma ofensiva nos campos de refugiados da Cisjordânia, usando o episódio como justificativa.
De acordo com o diário Haaretz, os explosivos destruíram completamente os três ônibus em Bat Yam, subúrbio de Tel Aviv. A matéria afirma que a polícia teria desativado outros dois dispositivos no subúrbio vizinho de Holon.
Os dois suspeitos israelenses presos foram transferidos para as instalações da Shin Bet, a agência de segurança interna e contraterrorismo de Israel. Em seguida, um tribunal emitiu uma ordem de silêncio proibindo que se fornecessem mais detalhes sobre o caso.
A polícia prendeu um dos suspeitos por volta das quatro horas da madrugada desta sexta-feira (21/02), cerca de seis horas depois das explosões. Ele seria levado para uma audiência em um tribunal de Tel Aviv para determinar sua prisão preventiva, segundo informações do Canal 12 israelense.
Possível ação de bandeira falsa
A emissora pública Kan disse que os dois israelenses presos são suspeitos de terem levado os indivíduos que instalaram os explosivos até os locais onde ocorreram os atentados. Um deles, segundo a imprensa local, seria um taxista. Segundo o relatório da polícia, os autores dos ataques ainda estão foragidos.

Polícia de Israel
Policiais detiveram dois suspeitos que teriam sido cúmplices de atentados explosivos cometidos em Tel Aviv
Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é a de que os autores das explosões também seriam israelenses, ligados a grupos de extrema direita que têm interesse em questionar o cessar-fogo na Faixa de Gaza, e que estariam tentando se passar palestinos para fortalecer a narrativa contra os acordos.
Hamas não reivindicou atentados
Segundo a polícia, foram encontradas encontraram sacolas com escritos em árabe próximas a um dos dispositivos que não explodiram. A mensagem contida neles trazia as palavras “ataque” e “Tulkarm”.
A cidade palestina de Tulkarm, na Cisjordânia, abriga um campo de refugiados e já foi palco de agressões cometidas pelo exército de ocupação contra palestinos sobreviventes a ataques realizados em outros locais.
Oficialmente, nem o Hamas nem qualquer outra organização palestina reivindicou a autoria do ataque. Porém, segundo diários isralenses como o Haaretz e o Times of Israel afirmam que um batalhão do Hamas teria elogiado as explosões – mas sem assumir a responsabilidade por elas.
Com infomrações do Haaretz e Times of Israel.