À medida que os ataques israelenses têm ganhado intensidade na Faixa de Gaza, as próprias nações ocidentais e aliadas de Israel têm pressionado o Estado judeu na costura de um novo acordo de trégua humanitária com o Hamas.
Diante desse cenário, nesta terça-feira (19/12), o presidente israelense, Isaac Herzog, reuniu-se com mais de 80 embaixadores e declarou que “Israel está pronto para outra pausa humanitária e para mais ajuda de modo a tomar possível a libertação de reféns”.
I welcomed today more than 80 ambassadors and diplomats from around the world. I spoke with them about the ongoing situation in Gaza, and about our ongoing efforts to release the hostages held by Hamas.
I thanked them for their own respective nations’ efforts to release the… pic.twitter.com/UHM3L91O1N
— יצחק הרצוג Isaac Herzog (@Isaac_Herzog) December 19, 2023
O representante israelense ainda acrescentou que “a responsabilidade agora recai inteiramente sobre [o líder do Hamas, Yahya] Sinwair e [outros] líderes do Hamas”.
A expectativa é de que, nos próximos dias, o grupo palestino chegue ao Cairo, no Egito, para discutir com as autoridades dos Serviços de Inteligência locais as condições necessárias na troca de reféns com Israel, segundo o jornal israelense Hareetz.
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Presidente de Israel, Isaac Herzog
No sábado (16/12), o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar já havia confirmado que esforços diplomáticos estavam em andamento com o objetivo de alcançar uma nova trégua humanitária na Faixa de Gaza.
“O Catar afirmou os seus esforços diplomáticos em curso para renovar a pausa humanitária e expressou esperança, por meio do progresso alcançado, na construção de um acordo abrangente e sustentável que poria fim à guerra, impediria o derramamento de sangue dos nossos irmãos palestinos, levaria a negociações sérias e ao lançamento de um processo político que produza uma paz abrangente, permanente e justa, de acordo com as resoluções internacionais e a Iniciativa Árabe de Paz”, dizia a nota emitida pelo governo catari.
O primeiro tratado humanitário entre Israel e Hamas que garantiu a libertação de cerca de 130 reféns durou sete dias e encerrou em 1º de dezembro. Na ocasião, ao lado do Egito e dos Estados Unidos, o Catar teve o papel principal de mediar as conversas com ambas as partes do conflito para resolver as divergências a respeito das listas de reféns, além de evitar atrasos.
Logo após a conclusão da pausa humanitária, o exército israelense iniciou uma operação militar ainda mais intensa no território palestino, com foco na região sul, sob a prerrogativa de “eliminar o Hamas”, mas que resultou na morte de milhares de inocentes.
A conduta das Forças de Defesa de Israel (IDF) foram e seguem sendo alvo de fortes críticas pelos líderes da comunidade internacional e equipes humanitárias, que denunciam diariamente dificuldades no fornecimento de recursos básicos à população em Gaza, além de insegurança em território nacional, justamente pelos incessantes ataques.