Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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O Reino Unido entrou na guerra dos Estados Unidos contra as forças houthis no Iemên, na noite desta terça-feira (29/04).

Aliado da campanha autorizada contra os houthis ainda no governo Biden, até agora, os britânicos não estavam envolvidos em ações militares diretas no Iêmen.

Caças Typhoons da RAF atingiram um conjunto de edifícios a 15 milhas ao sul de Saná, a capital do país. O local, afirmam os britânicos, era utilizado para a fabricação de drones.

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John Healey, secretário de Defesa britânico, justificou o bombardeio nas redes sociais como uma resposta à “ameaça persistente dos houthis contra a liberdade de navegação”.

Os houthis vem atacando navios mercantes e de guerra ocidentais no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, em defesa do povo palestino em Gaza.

Escalada do confronto

Nesta terça-feira, uma ação militar dos houthis afundaram no Mar Vermelho um jato F-18 Super Hornet da Marinha dos EUA, estimado em US$ 60 milhões (£ 45 milhões).

Segundo Healey, os ataques do grupo de resistência do Iêmen provocaram uma queda de 55% no transporte marítimo pelo Mar Vermelho, que ‘já custou bilhões’.

Secretário de defesa britânico enfatiza ‘plano cuidadoso’ sobre ataque nesta terça-feira.
UKinUSA / Flickr

Na segunda-feira (28/04), os Estados Unidos bombardearam um campo de detenção de migrantes africanos em Saada, noroeste do país, deixando 68 mortos e vários feridos.

Segundo as Forças Armadas dos Estados Unidos, desde 15 março, a Operação Rough Rider atingiu 800 alvos, provocando a morte de “centenas de combatentes e vários líderes houthis”.

‘Planejamento cuidadoso’

Nas redes sociais, o ministro britânico disse que o ataque buscou minimizar o risco de vítimas civis.

“Um planejamento muito cuidadoso foi concluído para permitir que os alvos fossem processados com risco mínimo para civis ou infraestrutura não militar”, afirmou.

Ele também enfatizou que, “como precaução adicional, o ataque foi realizado após o anoitecer, quando a probabilidade de civis estarem na área foi reduzida ainda mais”.

Entretanto, os britânicos ainda não apresentaram nenhuma avaliação dos danos.

Resistência continua

Ao lado do Hamas em Gaza e do Hezbollah no Líbano, os houthis fazem parte do “Eixo da Resistência” contra os ataques de Israel e dos Estados Unidos.

Em entrevista televisionada na quinta-feira (24/04), o líder do movimento, Sayyed Abdul-Malik al-Houthi, afirmou que as ofensivas dos Estados Unidos não irão impedir a continuidade das operações militares na região.

Entre 31 de março e 22 de abril, eles abateram sete drones Reaper, avaliados em mais de US$ 200 milhões. Um prejuízo que se soma aos US$ 60 milhões do jato norte-americano afundado no Mar Vermelho nesta semana.