Quinta-feira, 24 de abril de 2025
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Dezenas de parlamentares de diversos partidos políticos do Reino Unido se uniram em apoio a uma carta redigida por Jeremy Corbyn e endereçada ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer. O ex-líder trabalhista revelou na quarta-feira (09/04) ter aberto um inquérito independente sobre a cumplicidade do governo britânico no genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.

Ao todo, 37 deputados assinaram o documento que foi escrito em março. O texto exige uma investigação sobre possíveis violações do governo britânico ao direito internacional referentes ao massacre no enclave.

Em uma publicação pela plataforma X, Corbyn compartilhou a carta e enfatizou o crescente apoio que tem recebido, declarando que os signatários realizarão uma campanha “pelo tempo que for necessário para estabelecer a verdade”.

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O documento sustenta que o número de mortos em Gaza ultrapassou 61 mil e que “o Reino Unido desempenhou um papel altamente influente” nas operações militares deflagradas por Israel no território palestino, incluindo a venda de armas, o fornecimento de inteligência e o uso de bases da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) em Chipre”.

Além disso, a carta faz referência a “várias tentativas” feitas para estabelecer um inquérito em torno da condução das operações militares britânicas “após a Guerra do Iraque”.

“Publicado em 2016, o inquérito Chilcot encontrou sérias falhas dentro do governo britânico, que ignorou as advertências de milhões de pessoas comuns sobre sua decisão desastrosa de ir à guerra”, escreveu Corbyn. O inquérito Chilcot foi aberto para investigar o papel do Reino Unido na guerra do Iraque, e colheu depoimentos de comandantes militares, diplomatas, ministros e altos funcionários da nação.

X/Jeremy Corbyn
Ex-líder trabalhista Jeremy Corvyb e relatora especial das Nações Unidas (ONU) para os Territórios Ocupados da Palestina, Francesca Albanese

Entre os parlamentares que endossam o apelo de Corbyn, incluem-se membros dos partidos Trabalhista, Plaid Cymru, SNP, Verde, Aliança Independente, Sinn Fein, e de outras siglas da Irlanda do Norte, bem como vários membros da Câmara dos Lordes.

O documento reúne apoio no momento em que Tel Aviv intensifica suas operações militares na Faixa de Gaza, após violar o acordo de cessar-fogo com o Hamas, em 18 de março. De acordo com as autoridades de saúde do enclave, mais de 1.4 mil palestinos, incluindo crianças e mulheres, foram mortos após a retomada dos ataques israelenses.