Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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A Justiça do Reino Unido impôs neste sábado (05/07) um decreto pelo qual o movimento Palestine Action, que protesta contra o genocídio perpetrado por Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza desde outubro de 2023, passou a ser considerado como uma “organização terrorista”, similar a grupos como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.

A decisão foi uma resposta ao pedido impulsionado pela ativista Huda Ammori, cofundadora do grupo nascido em 2020, junto ao Tribunal de Apelação de Londres, para suspender a presença da organização pró-Palestina em uma lista de entidades classificadas como terroristas, algo que não aconteceu.

O decreto faz com que integrantes do movimento Palestine Action ou pessoas que participem de atos convocados pelo mesmo sejam consideradas terroristas, podendo ser condenadas a penas de até 14 anos de prisão, de acordo com a legislação antiterrorista local.

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Em entrevista para o canal Al Jazeera, o advogado Raza Husain, que defendeu o movimento pró-palestina no tribunal, disse que o rechaço ao pedido de retirada da lista de organizações terroristas “representa um abuso imprudente, discriminatório e autoritário do poder legal”.

Medidas policiais

Com a decisão, a página oficial do movimento na internet passou a exibir uma tela toda preta com a seguinte mensagem: “o Palestine Action está proibido na Grã-Bretanha. Por esse motivo, o site foi transferido para outros membros do movimento global que não atuam na Grã-Bretanha, ou para cidadãos britânicos”.

Decreto faz com que integrantes do Palestine Action possam ser condenados a até 14 anos de prisão
İlyas Tayfun Salcı / Anadolu

Por sua parte, a Polícia Metropolitana de Londres divulgou uma mensagem em suas redes sociais dizendo que “o Palestine Action foi proibido pelo governo do Reino Unido e expressar apoio ao grupo passou a ser crime”.

“Essa medida inclui a proibição de realizar atos, gritar cantos e palavras de ordem, usar roupas ou exibir artigos como bandeiras, placas e logotipos”, acrescenta o comunicado policial.

Glenn Greenwald

O jornalista estadunidense Glenn Greenwald foi uma das primeiras figuras públicas a criticar a decisão da Justiça britânica, em uma mensagem publicada nas suas redes sociais, na qual qualificou o decreto como “uma tirania completamente repressiva e autoritária por parte do Reino Unido”.

Segundo o fundador do site The Intercept, a medida adotada pelo Reino Unido representa a “erosão sem fim das liberdades básicas no Ocidente para proteger Israel”.

Com informações de Al Jazeera.