Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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O governo do Reino Unido, chefiado pelo primeiro-ministro Keir Starmer, anunciou nesta terça-feira (20/05) a suspensão das negociações comerciais com Israel devido ao bloqueio da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Durante uma sessão na Câmara dos Comuns, o secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, sustentou que a decisão também foi tomada como uma resposta a uma nova ofensiva militar no enclave palestino ordenada pelo gabinete do primeiro-ministro do regime sionista, Benjamin Netanyahu, no dia anterior.

“Francamente, é uma afronta aos valores do povo britânico. Portanto, hoje, estou anunciando que suspendemos as negociações com este governo israelense sobre um novo acordo de livre comércio. Revisaremos a cooperação com eles no âmbito do roteiro bilateral para 2030. As ações do governo Netanyahu tornaram isso necessário”, declarou Lammy aos parlamentares.

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“Não podemos ficar parados diante dessa nova deterioração”, acrescentou, condenando o que chamou de “extremismo” em alguns setores do governo de Israel.

Segundo o político, o bloqueio à entrada de suprimentos médicos, alimentares e combustível em Gaza desde o início de março é “indefensável e cruel”. Para ele, os israelenses “estão se isolando” cada vez mais de seus amigos e parceiros.

Lammy também confirmou a convocação da embaixadora israelense em Londres, Tzipi Hotovely, além de reiterar a imposição de mais sanções ao movimento de colonos israelenses da Cisjordânia ocupada.

X/António Guterres
Bloqueio de alimentos, suprimentos médicos e combustível na Faixa de Gaza, que dura 11 semanas, tem agravado drasticamente a crise humanitária no enclave

A posição manifestada pelo secretário britânico condiz com a do premiê que, anteriormente, havia declarado estar “horrorizado com a escalada de Israel”.

“Repetimos nossa demanda por um cessar-fogo como a única maneira de libertar os reféns, repetimos nossa oposição aos assentamentos na Cisjordânia e repetimos nossa demanda de aumentar massivamente a assistência humanitária em Gaza”, afirmou o Starmer.

Em resposta à decisão desta terça-feira, o porta-voz de Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, afirmou por meio de publicação na plataforma X que as negociações de livre comércio entre as nações “não estavam sendo avançadas pelo governo do Reino Unido” antes do anúncio de Lammy.

Ignorando o alerta emitido pelas Nações Unidas (ONU) de que milhares de crianças estão à beira da morte por falta de recursos básicos, Marmorstein culpou a gestão britânica de querer prejudicar sua economia “devido à obsessão anti-Israel e considerações políticas domésticas”.

(*) Com Ansa