O relator especial para os direitos humanos à água potável e ao saneamento da Organização das Nações Unidas (ONU), Pedro Arrojo-Agudo, afirmou que cada palestino na Faixa de Gaza recebe apenas 4,7 litros de água diariamente.
Segundo o especialista, em conferência de imprensa, as autoridades israelenses estão impedindo que 70% dos materiais específicos para a purificação da água entrem em território palestino.
Com isso, Israel está criando uma “bomba silenciosa com um efeito muito maior do que aquela que destrói edifícios”.
Proteção aos civis
Também nesta segunda-feira (16/09), a coordenadora humanitária e de reconstrução para Gaza, Sigrid Kaag, ressaltou a urgência de um cessar-fogo imediato do conflito, a fim de garantir a proteção dos palestinos e o acesso humanitário durante discurso no Conselho de Segurança da ONU.
A coordenadora pediu ainda a liberação de todos os reféns e teceu críticas à falta de proteção dos civis na região, tendo em vista que a “infraestrutura para a sobrevivência deve ser protegida e que as partes do conflito devem cumprir o direito internacional humanitário”.
Para garantir o acesso de suprimentos aos palestinos, a ONU negocia rotas alternativas de abastecimento para Gaza através dos vizinhos Egito, Jordânia, Chipre, Cisjordânia e Israel. Porém, tais esforços são incipientes para atender toda a demanda da população.
A manutenção da guerra, o colapso da lei e os saques de suprimentos dificultam o trabalho de assistência aos civis. Assim, a única solução para a crise humanitária é um acordo político que garanta a criação de um Estado palestino independente.
Desde 7 de outubro, mais de 41 mil palestinos foram mortos e 93 mil ficaram feridos.