Segunda-feira, 14 de julho de 2025
APOIE
Menu

A relatora especial das Nações Unidas para os Territórios Palestinos ocupados, Francesca Albanese, reforçou as acusações contra Israel em um documento publicado nesta terça-feira (29/10), afirmando que o país busca a “erradicação dos palestinos” por meio do genocídio na Faixa de Gaza.

“Hoje, o genocídio dos palestinos parece ser o meio para um fim: a remoção completa ou erradicação dos palestinos da terra, que é tão essencial à sua identidade, e que Israel a cobiça ilegal e abertamente”, concluiu o jurista italiana no relatório datado de 1ª de outubro, apresentado à Assembleia Geral da ONU.

Há muito tempo, Albanese, que tem mandato no Conselho de Direitos Humanos, mas não fala em nome da ONU, enfrenta duras críticas, acusações de “antissemitismo” e pedidos de exoneração por parte de Israel e de alguns de seus aliados em função de suas críticas contra o regime sionista.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

De acordo com documento da relatora, o agravamento da ofensiva israelense no enclave desencadeado após os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023, configura-se como parte de um projeto de “deslocamento forçado internacional, sistemático e de longo prazo organizado pelo Estado”.

“O genocídio de Gaza é uma tragédia anunciada e que corre o risco de se expandir para outros palestinos sob o domínio israelense”, alertou a especialista.

O relatório também acusou Tel Aviv de ocultar crimes de guerra cometidos pelo exército israelense ao bloquear a entrada de equipes investigativas da ONU, assim, desafiando as ordens da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e do Tribunal Penal Internacional (TPI). 

“A negação persistente de acesso aos mecanismos das Nações Unidas e aos investigadores do Tribunal Penal Internacional (TPI) pode constituir obstrução da justiça, desafiando a ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de que Israel permita que investigadores internacionais entrem em Gaza e tomem medidas para garantir a preservação de evidências”, afirmou.

X/UNRWA
Ataque israelense atinge o pátio de um hospital em Gaza, queimando as tendas onde palestinos deslocados dormiam

‘Conjuntura mais perigosa do Oriente Médio’

Ainda nesta terça-feira, no Conselho de Segurança da ONU, o coordenador do processo de paz das Nações Unidas no Oriente Médio, Tor Wennesland, que visitou a Faixa de Gaza na semana passada, afirmou que “a violência no território palestino ocupado e na região mais ampla não mostra sinais de diminuir”.

“Estamos na conjuntura mais perigosa do Oriente Médio em décadas”, declarou, observando que um ataque aéreo israelense no dia anterior deixou “pelo menos 90 palestinos desaparecidos ou mortos, incluindo pelo menos 25 crianças” em Beit Lahiya.

“É mais um ataque de uma série mortal de recentes incidentes com vítimas em massa no norte de Gaza”, criticou Wennesland.

(*) Com Brasil de Fato